Você meu caro leitor ou leitora que leu memorias proibidas e outras historia que eu conto neste site, a você que já me disse que é um site pornográfico ou próximo disso, com uma linguagem chula e uso de termos obscenos desnecessários, a você que leu nas entrelinhas as mensagens subliminares que eu não escrevi mas que a própria historia escreveu, todos vocês são importantes para mim.
O que escrevo, são historias de vida. Vida as vezes vividas por um só instante por um só momento, vida vivida de repente sem tempo pra entender a beleza dos acontecimentos. Essa beleza sutil, que só mais tarde, muitos anos mais tarde percebemos, mas aí já foi tarde. Vivemos vidas, as vezes doloridas a dois e as vezes vividas unilateralmente, quando a outra pessoa nem sonha com nossos sonhos.
Pare e olhe para o seu passado, veja se lá no baú das recordações você tem uma historia semelhante pra contar. Difícil mesmo é ter coragem pra contar. E como é difícil. Até mesmo as historias de sucesso não são fáceis, muitas foram escritas sob lágrimas, imaginem então contar as de insucesso, mas estas também fazem parte do meu e do seu livro, quem sabe eu conte a sua historia e não a minha, porque todos nós vivemos nossas historias e quase sempre de modo bastante semelhantes.
Quem não viveu um intenso amor, uma intensa paixão em silêncio, agarrado ao travesseiro noites a fio, sem se declarar, ou uma paixão que durou uma noite só ou ainda, quem não esperou por alguém que disse voltar, mas que nunca mais apareceu? De todas estas a que mais dói é perder o amor dos seus sonhos, simplesmente por ter medo de perdê-lo!
Meus caros e minhas caras internautas, o que eu vou contar pra vocês é um amor assim, sentido e jamais revelado. Um amor vivido unilateralmente, perdido por ter medo de perder.
Parte I – A mulher com quem sempre sonhei
Era um sábado quente a tarde, com poucas nuvens do céu, o clube deveria estar lotado, mas surpreendentemente só o dono do bar cochilava debruçado no balcão quando eu cheguei. Não fosse o cantar dos passarinhos o silêncio seria total. Apanhei uma garrafa de cerveja e fiz uma das coisas que detesto fazer sozinho, beber sem a companhia de alguém.
O suor logo começou a descer e a incomodar. Um desses chuveiros de meio metro de grivo era só o que eu precisava para me refrescar. Abri o chuveiro e a água fria desceu gelando meu corpo, depois, com a água escorrendo, voltei a me sentar na cadeira sob a sombra da manguba onde eu estava.
Foi quando o dono do bar ligou o rádio para ouvir a transmissão do jogo, não me lembro quais os dois times que jogavam naquele dia. Não devia ser lá dois dos grandes, porque antes de mim ele voltou a debruçar no balcão e dormiu. O locutor com certeza era o único empolgado e se esforçava para animar a torcida, mas os jogadores não queriam nada sob aquele sol escaldante. A narração ficou monótona.
Nunca gostei de ouvir futebol pelo rádio. Logo depois do dono do bar que caiu no sono antes da metade do primeiro tempo, para mim a voz do narrador foi se perdendo, ficando longe e eu também acabei por adormecer.
Parte II - Despertando com o barulho da raquete
Imaginem agora o barulho de uma raquete e uma bolinha de tênis batendo contra uma parede. Pois bem, foi esse barulho que me despertou. Alguém devia estar treinando no paredão. Literalmente quando um jogador de tênis treina sozinho é contra uma parede.
O tênis sim, é um esporte que sempre me chamou atenção. Não sei jogar, mas aprecio ver. Eu precisava ver quem estava treinando. Mesmo que fosse para ver alguém atirar uma bolinha contra a parede, eu apreciaria de bom grado. Fui até a quadra do paredão.
Para minha grata surpresa, o que vi dando raquetadas na indefesa bolinha, foi a mulher mais linda que jamais encontrei em toda minha vida até aquele momento.
Por baixo de uma saia curta priscada um par de longas pernas bronzeadas pelo sol, e cobrindo os ombros mais sedutores do mundo uma cabeleira loira, que mais parecia fios de ouro refletindo ao sol e bailando ao vento.
Parte III – A merda da ansiedade
Ela era a mulher que sempre eu via em meus sonhos, mas aí é que entra a merda da ansiedade. Queria falar com ela, dizer que eu a amava mesmo antes de conhecê-la, mas a cabeça começou a girar como um redemoinho a misturar palavras e ideias. As mãos gelaram e começaram a transpirar e senti que se tentasse dizer uma palavra a voz não emitira uma silaba se quer.
Por horas a fio fiquei ali olhando para aquele corpo que flutuava de um canto ao outro da quadra numa dança sensual. Quando o vestido embalado pela pouca brisa que soprava levantava para mostrar um pouco mais de suas nádegas, meu coração disparava e eu sentia que o sangue fluía pela jugular, aumentando o calor da minha face, já vermelha e queimada pelo sol.
Ao fim algumas horas ela recolheu as bolinhas espalhadas pelo chão. Senti uma vontade enorme de ajuda-la, mas entre pensar e decidir, ela foi mais rápida e as recolheu. Passou por mi e sorriu. Quando pensei em fazer um elogio ela já tinha desaparecido dentro do vestiário.
Todos os dias a tarde eu voltava ao clube na esperança de rever aquela mulher e se conseguisse reunir coragem suficiente para convida-la para beber alguma coisa, ir ao cinema sei lá. Mas todas as vezes o medo de receber um não como resposta me impedia de agir.
Um dia da semana, e eu sabia que ela treinava sem falhar nesse dia, fui ao clube. Não a vi. Esperei por horas e ela não veio. Meu coração se encheu de duvidas, fiquei muito apreensivo. Ela poderia ter adoecido, podia ter se machucado no treino. Perguntei ao dono do bar se a tinha visto e ele me respondeu.
- Ela chegou mais cedo, ai apareceu um cara, os dois conversaram e depois saíram juntos!
Um ódio percorreu meu corpo dos pés à cabeça. Não um ódio por ela, mas por mim mesmo, pela minha incompetência e falta de coragem.
Naquela tarde, fiquei ali sentado no bar tomando uma caipirinha após outra. Creio que tomei mais de dez doses de cachaça com açúcar e limão. E sabe-se lá que cachaça seria, porque, pela primeira vez na minha vida até então fiquei visivelmente embriagado.
Já estava de saída quando a vi descer de um carro, era um corcel amarelo com uma faixa preta sobre o capô, e na cidade pelo que eu sabia só tinha um carro como aquele e eu conhecia o dono. Era meu amigo de muito tempo. Pior disso tudo é que esse meu amigo tinha fama de “comedor”. Ele sempre me dizia: -“Mulher a gente canta todas, se uma não dá tem duas que dá”!
Parte IV – A dura realidade dos fatos
No dia seguinte, como quem não quer nada fui falar com ele. Perguntei se conhecia uma garota que jogava tênis e deu as características, então ele me respondeu: - Se conheço? Bem, ontem fiz o cabaço dela. Depois a piranha chupou meu pau como nunca outra me fez igual.
A dura realidade dos fatos me fez sentir vontade de vomitar. Segurei o bolo na garganta enquanto o sangue fugia das minhas veias. Pior disso tudo que eu não podia culpa-lo. Meu amigo não podia levar a culpa por eu ser um banana, ou pelo menos ter agido como um.
Ele percebeu que eu não estava bem e desceu do carro, abriu a porta e me pediu para sentar. Assim que o mal estar passou, ele sorriu e me perguntou se eu estava a fim de “trepar” com ela.
Eu não estava “a fim de trepar com ela”, eu a queria para mim. Eu só queria fazer amor com ela. Ser com ela um só corpo uma só carne. Ama-la e ter seu amor para o resto de minha vida e quiçá da dela. Essas coisas que só os apaixonados de verdade sentem.
Ele tocou o carro e paramos em frente de casa. Quando sai do carro, ele olhou para mim e com a cara mais inocente que alguém poderia ter no mundo falou: - Olha, agora que a dita não é mais virgem vai virar uma vadia, todas viram depois que dão a primeira vez. Se você quiser ajeito pra você comer. É boa, a piranha é boa, tem uma xoxota gostosa e um cuzinho apertadinho, sem contar que chupa que é uma delicia!
Parte Final
Fui pra dentro de casa e vomitei a minha raiva, o meio ódio, o meu rancor, a minha incompetência, a minha desgraça. Naquela tarde fiquei na cama, tive febre. Pensava nela, na cama com outro cara, rindo ou gemendo de prazer. As vezes sentia vontade de mata-la, outras de matar o meu amigo, insensível. Agora eu sabia porque alguns homens perdem a cabeça e matam a quem amam. Isso acontece quando a razão perde pra paixão. Por sorte eu nunca deixei a paixão dominar a razão. Doía sim, e doía demais saber que, para o meu amigo, ela era só uma mulher a mais, sem a menor importância. Para mim era o meu sonho destruído. Eu que sonhei ser o primeiro agora seria apenas mais um. Eu jamais admitiria ser mais um pra ela. Foi difícil, mas tive que admitir, eu tinha perdido pra mim mesmo. Perdi a mulher dos meus sonhos, porque, quando a tive perto de mim, não expressei o que sentia, simplesmente por ter medo de perde-la.
FIM
Autor: Eredia. Antonio Emilio Darmaso
Tupã-SP, (quarta feira) dia 09 de novembro de 2011 – 00h 02min