AS VOLTAS QUE A VIDA DÁ Surpreendente, intrigante. Na vida podemos controlar algumas coisas, mas quase sempre somos apenas reflexos de nosso passado. Nas voltas que a vida dá, podemos compreender o caminho que faz das pessoas ser o que são. ........................................................................................................
Prologo - Nasce Ivanilde
CONTÉM DESCRIÇÃO DE CENAS E ILUSTRAÇÕES DE SEXO, ESTUPRO E ASSASSINATO PROIBIDAS PARA MENORES.
Era um desses dias bucólicos como tantos outros havia naquela pequena comunidade rural do interior de Alagoas. Josias, um jovem humilde casado com uma linda morena de olhos cor de mel, saiu as pressas sem nem mesmo fechar a porta do rancho de pau-a-pique onde moravam e, apressadamente foi a procura de Dona Amelinha, a parteira credenciada da comunidade. Luana, sua jovem e bela mulher, estava na nona lua da gravidez, sentindo fortes dores e tendo contrações já a pequenos intervalos de tempo, daria à luz a qualquer momento.
O sol já estava quase se pondo quando o choro forte da menina ecoou pela casa, acabando com a aflição de Josias que caminhava de um lado ao outro da pequena sala, sem coragem de abri a cortina do quarto para saber como estava andando as coisas.
- Nasceu! – disse a parteira. Pelas mãos milagrosas de dona Amelinha, veio ao mundo uma menina linda menina, como previra a mãe, de olhos ainda negros, mas brilhantes e arregalados pesando dois quilos e setecentos gramas, depois conferidos numa balança de armazém guardada numa das tulhas do coronel.
Josias agarrado a uma imagem do padre Cícero, agradeceu a Deus e pediu que Ivanilde crescesse forte, com saúde e que fosse uma moça feliz e tivesse um futuro brilhante, longe da miséria em que viviam.
Parte I - Como em um conto de fadas
No dia 13 de agosto de 1965, uma sexta feira, as ruas de Brasília fervilhava em plena revolução, enquanto na pacata comunidade alheia aos acontecimentos, nascia Ivanilde, a primeira filha do casal Josias e Luana, nas terras do poderoso Coronel Hernandes.
Uma das tradições que perdurava desde há muito tempo na família Hernandes, era a de dar uma festa ao primeiro filho do casal de empregados da fazenda.
As semanas se seguiram e nada de festa. A menina crescia forte e saudável, logo se revelou que seria uma formosa morena de cabelos pretos, lisos e olhos verdes. O pai a chamava de “minha princesa”.
Mas Ivanilde, com quase dois anos e meio de idade e ainda era pagã. Isso estava preocupando demais a família, religiosa e temente a Deus. Precisavam batizar Ivanilde, mas como na capela da fazenda há mais três anos que não aparecia um padre. Se quisessem batizar Ivanilde tinham de leva-la a Maceió, distante cerca de duzentos e cinquenta quilômetros.
Não tinham dinheiro para a viagem e só podiam contar com a boa vontade do patrão, o coronel.
Josias foi falar com êle. Uma semana depois o coronel foi até sua casa conhecer a menina. Ficou encantado com tamanha beleza e se ofereceu para ser padrinho.
- Oxente, que é uma honra para nós, humildes empregados, ter o coronel como padrinho de nossa filha!
- Se apoquente não, que ainda vamos ser compadres, vice? Vou manter a tradição do meu finado pai e dar uma grande festa pra comemorar!
Então o coronel marcou a data para o batismo. Todos pensavam que ele fosse buscar o padre, mas não. No dia marcado o coronel os levou até uma comunidade próxima pra batizar a criança. Precisavam que a menina tivesse uma madrinha, então escolheram Izabel, a filha mais velha do coronel, uma mulher de aproximados trinta anos, de olhos taciturnos e de poucas palavras. Passava a maior parte dos dias enfurnada na casa grande.
Depois do batizado, o coronel comprou roupas, calçados e muitos presentes para a afilhada e mandou que preparassem uma grande festa.
Na volta pra casa, e o coronel que dizia não gostar de dirigir, entregou o volante da Vemaguet 67, ultimo modelo da série, nas mãos de Josias que nunca tinha pegado num volante.
Sob os protestos das mulheres, choro da criança e sorriso do coronel, Josias veio serpenteando entre um e outro barranco, mas em poucos quilômetros já dominava a volante e trocava as marchas com destreza.
- Isso aqui é o mesmo que domar cavalo bravo! – Falava Josias enquanto aumentava a velocidade do veiculo, para deleite do patrão e preocupação das mulheres.
A partir de então Jonas passou a ser o motorista do coronel e a ser chamado de compadre. Andava sempre bem vestido, de quepe sob o braço e frequentava a casa grande como um de seus agregados.
Logo o coronel os tirou da casa de pau-a-pique levando-os para morar numa casa melhor e mais próxima da sede da fazenda. Nenhum outro empregado recebia tanta atenção do coronel.
Luana, a mulher de Josias e mãe de Ivanilde, era uma mulher de finos traços. Por baixo do vestido de xita, escondia um corpo bem feito. O coronel a contratou para servir à mesa, comprou-lhe roupas novas e ela não precisou mais andar descalça.
Eram tantos privilégios que o patrão lhes dispensava que logo surgiram boatos maledicentes. Volta e meia Josias se indispunha com um ou outro colega de trabalho, despertando ira em muitos deles. Com o tempo aprendeu a contornar as situações e, quando ouvia alguma conversa que não lhe agradava, retrucava dizendo:
- Deixa disso cabra, afinal sou mais velho de casa e compadre do patrão!
Ivanilde cresceu e, no dia 13 de agosto de 1979, completou quinze anos. Tornara-se uma jovem esbelta, dona de um corpo bem formado, pele morena e sedosa, ancas de parideira. Seus seios eram fartos e não raras vezes ficam à mostra quando arrebentava os botões da blusa.
Ninguém esperava que numa segunda feira seca de sol escaldante o coronel fosse dar uma festa. Mas foi uma festa surpresa. Nesse dia o coronel deu uma grande festa. Caminhões de bebidas chegaram da cidade, mandou abater alguns bois para o churrasco, convidou o povo pelo rádio.
Alguns políticos vieram da capital e até discursaram na festa enaltecendo a grandeza e a bondade do coronel. Todos, de carro, a pé ou a cavalo, vieram porque queriam apreciar a beleza de Ivanilde.
Nesse dia ela dançou com todos os que a chamavam para dançar, sob os olhares atento dos pais e do coronel. Só Izabel, dizendo estar indisposta, não participou da festa.
Ivanilde enquanto dançava arrancava suspiros nos jovens e olhares indiscretos das mulheres que invejavam seu corpo escultural. Ela era sem dúvida a moça mais bela da comunidade. Mas Ivanilde sorria e tratava a todos com a mesma urbanidade, sem fazer qualquer distinção, foi orientada a ter um comportamento amável sem deixar de ser, ao mesmo tempo, recatada.
O coronel sempre dizia que ela era bonita demais pra se envolver com um molambento qualquer. Dizia que um dia ele a levaria para a capital para conhecer um moço de boa família e arranjar um casamento a altura de sua beldade.
Parte II - Padrinho é como um segundo pai
Certo dia o coronel perguntou a Ivanilde, se queria conhecer a cidade grande. Seus olhos brilharam de alegria quando ela lhe respondeu:
- Nem sabe o quanto padrinho, isso seria a glória pra mim!
- Então se “aprepara”, que qualquer dia desses, eu tu e Izabel vamos pra capital.
Esse era o sonho de todas as moças da comunidade e, Ivanilde agora, via a chance de fazer desse sonho realidade. Um dia logo de manhã, o sol nem havia nascido, o coronel foi busca-la. Desta feita o coronel dispensou Josias e foi ele mesmo dirigindo o próprio carro.
- Ué padrinho, o senhor disse que madrinha Izabel ia com a gente?
- Falei, mas ela amanheceu naqueles dias e por isso não vai poder ir.
Ivanilde foi buscar a trouxa de roupas com a mãe no quarto e lhe disse que não estava gostando de ir sozinha com o coronel, mas a mãe a persuadiu a acompanha-lo, dizendo que ele era seu padrinho e que padrinho era como se fosse pai.
Mesmo a contragosto Ivanilde, despediu-se da mãe e foi sentar-se no banco de traz do carro.
- Oxente, que vai me deixar ir sozinho na frente, vai?
E o coronel desceu, abriu a porta da frente e pediu para Ivanilde mudar de banco. Ela olhou meio que indignada para a mãe, que sorriu e, com um leve menear de cabeça, aquiesceu, depois sorriu e disse:
- Vai com o padrinho na frente, vai minha filha!
Então Ivanilde desceu do banco de traz e sentou-se ao lado do coronel. De lá seguiram pela estrada empoeirada rumo a Maceió. Meio que sem jeito, Ivanilde só apreciou a paisagem e não dirigiu uma palavra sequer ao coronel. Quando muito, ao ser indagada de alguma coisa, respondia com monossílabos, sim, é, não.
Já era quase noite quando chegaram à capital e as luzes da cidade grande enfeitiçaram Ivanilde, que, visivelmente deslumbrada, depois de passar a viajem toda sem dizer uma palavra se quer, passou a sorrir e a falar com desenvoltura com o coronel.
Pararam num hotel na entrada da cidade. Um dos camareiros veio buscar as malas e o coronel pediu um quarto para o porteiro, com uma cama bem grande e fofa.
- Padrinho não vai pedir dois quartos?
- Pra que isso minha filha, um quarto só dá pra nós dois!
- Não sei se quero ficar só com o padrinho num quarto, inda mais com uma cama só!
- Não se apoquente, quando venho aqui com minha filha fico nesse mesmo quarto, só nós dois. Tem nada de mais.
Como a mãe sempre dizia a Ivanilde que padrinho é como pai, ela se sentiu como filha e meio que a contragosto, aquiesceu em ficar com o coronel no mesmo quarto. Ainda assim retrucou pela ultima vez dizendo ao porteiro:
- Não podia ser um quarto com duas camas de solteiro, podia não?
Mas o porteiro olhou para o coronel esperando para falar e o coronel se adiantou dizendo que já tinha pedido um quarto com duas camas mas que estavam todos lotados.
Tomaram o elevador. Ivanilde sentiu um frio na barriga quando o elevador começou a subir, e se esqueceu de tudo, para tão logo entrar no quarto e se deslumbrar com o candelabro dourado pendurado no teto com muitas lâmpadas que brilhavam sem chama, mas seu fascínio maior foi ver a ampla banheira com água quente saindo da torneira. O coronel lhe explicou cada coisa como funcionava e ela, por um breve instante, sentiu vontade de abraça-lo, como faria se fosse seu pai.
- Vou tomar um banho e depois eu saio pra você tomar o seu, espero você lá embaixo, sabe como descer no elevador? Disse o coronel.
- Sei não, mas deixe, eu desço de escada mesmo. São só três andares!
E o coronel entrou no banheiro, tomou um prolongado banho de chuveiro e depois de se perfumar todinho, saiu com uma roupa diferente daquelas que ele usava na fazenda, parecia até outra pessoa.
Não fosse a barba espessa e os longos cabelos pelos ombros, sua aparência seria a de um jovem. Assim que desceu pediu ao garçom para reservar uma mesa com um belo vaso de flores, toalhas vermelhas num canto isolado a meia luz. Depois a aguardou no saguão, andando de um lado para o outro com as mãos cruzadas para traz, sem disfarçar a ansiedade.
Cerca de meia hora depois, ela desceu as escada. Estava deslumbrante trajando um vestido vermelho, longo e decotado, presente do coronel assim que chegaram à capital.
A moça era de fato bela e elegante. O andar meio que desajeitado, afinal nunca havia usado um sapato de salto alto. Mesmo assim se esforçava para manter o equilíbrio e não quebrar o salto.
Uma graça de mulher, nem parecia ter apenas quinze anos. Todos que estavam no salão pararam para olhar. O coronel foi ao seu encontro, estendendo-lhe a mão como apoio para que descesse os últimos degraus, um cerimonial digno de um príncipe e uma princesa, depois seguiram de braços dados para o salão onde seria servido o jantar. Ela sorria e acena de cabeça quando percebia que alguém a estava admirando.
O coronel mandou abrir um dos melhores champanhes. Depois beberam em taças de fino cristal. Ela se sentia vivendo um conto de fadas, pena que fosse com o padrinho e não com rapaz que aparecia em seus sonhos. De qualquer modo estava muito grata por tudo que estava vivendo com o padrinho. Com certeza essa estava sendo a noite mais feliz de sua breve vida, e seu sorriso expunha o quanto estava contente.
Para quem nunca provou bebida alcoólica, o primeiro gole foi difícil e ela quase se engasgou, mas logo veio o segundo, o terceiro e tantos outros.
Sua cabeça inocente girava e ela ria sem saber por que ria, e quando foi levantar-se da mesa sentiu que faltava chão aos seus pés. O coronel a amparou delicadamente e, a passos turvos para o elevador. Subiram até o terceiro andar e, dando incontidas gargalhadas, entraram no quarto.
- Ambos visivelmente embriagados! Assim os descreveu a camareira que acabara de deixar uma garrafa de champanhe no gelo e um candelabro com velas acesas na cabeceira da cama, conforme as ordens do coronel.
No quarto o coronel a deitou na cama e a contemplou. Sem muita força para movimentar-se ela ficou esticada sobre o lençol de seda, com os braços estendidos e uma das pernas pendendo para o chão. O coronel acendeu as velas e apagou a luz do teto, e sua pele à meia luz ficou ainda mais sedosa.
Ele então abriu o champanhe e encheu duas taças, então, segurando as duas taças entre os dedos de uma das mãos, com a outra pôs-se ternamente a acariciar os seus longos cabelos. Por um momento ela se esqueceu de que o homem que estava ali era seu padrinho e pensou no seu amado, no homem que ela via nos sonhos.
Perdeu-se em devaneios, enquanto esboçava um sorriso largo expondo uma arcada dentária branca e reluzente emoldurada por lábios vermelhos, carnudos e sedutores.
O coronel também via naqueles lábios carnudos e vermelhos um convite à sedução. Por um momento esqueceu-se da afilhada, da menina, e deixando o champanhe de lado debruçou sobre ela para beija-la.
Se dando conta do que ocorria, Ivanilde se esquivou de seus lábios, mas não teve forças para se defender quando o coronel arrancou o seu vestido rasgando-o como que enlouquecido.
Ainda meio que sonolenta, tentou proteger os seios, cruzando sobre eles os braços, mas o coronel era muito forte e a subjugou rapidamente, expondo seus seios rosados.
Ele começou a beijá-los, enquanto ela se debatia de um lado para o outro sem poder escapar, reuniu todo o folego que lhe sobrava e gritou. Gritar o mais forte que pudesse era a única defesa que tinha na tentativa de que alguém viesse em seu socorro.
Sem outra reação possível quando o coronel a agarrou violentamente, tentando rasgar sua roupa, ela o feriu no rosto com as unhas, mas ele apenas riu, passou a mão para limpar o pouco sangue que escorria e desnudou-a de vez, arrancando aos pedaços o que sobrava do vestido.
O homem amável que ela tinha como um segundo pai, mostrava seu caráter nocivo e seu desiquilíbrio emocional, que a agarrou pela nuca e enterrou seu rosto no colchão, que mal podia respirar. Ele a obrigou a ficar de quatro e a penetrou rasgando as pregas de seu ânus.
Não era um homem mas um animal descontrolado e enfurecido. Quem sabe ele se satisfizesse e a deixasse pura para que pudesse casar-se de branco, mas o coronel não pararia por ai. Quando ele parou a virou de costas e ela viu uma arma em suas mãos. Ele sorriu como um demônio e disse em tão ameaçador:
- Vou por na sua boca a tu vai chupar até um mandar parar. Se eu sentir seus dentes estouro os seus miolos. - Ela sentiu o cheiro das próprias fezes e teve nojo, sentiu ânsia de vomito mas não tinha escolha, então passou a chupar o coronel.
Por um instante pelos olhos daquela pobre criatura assustada e confusa, passou uma retrospectiva de sua breve vida. Lembrou-se de quantas vezes a mãe lhe pedia para que amasse e respeitasse o padrinho, o mesmo homem que a mantinha sob a mira de um revolver obrigando-a a fazer aquela coisa nojenta.
-Será que alguém ouviu seus gritos de socorro? – perguntava a si mesma na esperança de alguém pudesse vir em seu auxilio antes que ele com a mesma violência lhe tirasse a virgindade.
E o coronel ejaculou na sua boca e em seguida prendeu o seu queixo impedindo-a que cuspisse o caldo nojento, fazendo-a engolir. O liquido escorreu pelos cantos da boca e ela quase se engasgou. Conteve o vomito e com muito custo engoliu tudo para satisfação do coronel que nesse momento dava altas gargalhadas de prazer.
Então o coronel a puxou pelas pernas e ela sentiu que ele ainda não estava saciado e queria mais. Mas ai se vendo livre para gritar, gritou com todo o ar dos pulmões. Gritou bem alto, o mais alto que podia gritar até que ele a silenciou enfiando o cano do revolver em sua boca, depois seu enorme pênis foi rasgando suas entranhas consumindo sua pureza.
Seu pedido de socorro ecoou pelos corredores do hotel e foi ouvido em todas as dependências. Todos ouviram, os hospedes, assustados trancaram-se em seus quartos, o porteiro sorriu um sorriso de deboche e velada satisfação, a mulher do porteiro foi a unica a se indignar.
Saiu da cozinha onde estava lavando pratos, e disposta a interceder em favor daquela desesperada criatura, foi até a portaria perguntar ao marido de onde vinham aqueles gritos, e o marido com idisfarçável sarcasmo respondeu:
- Sossega mulher. É só o coronel metendo a rola no cuzinho daquela cabritinha gostosa!
Se para o marido aquilo era motivo de chacota e diversão, para ela era motivo de indignação. Como mulher sentiu-se violentada, e precisava interceder.
Ela tinha visto a menina com o coronel e sabia tratar-se de uma jovem inocente. Inconformada como o coronel estava desrespeitando a afilhada, tratando-a como a uma puta qualquer, tomou as dores da coitada e pôs-se a subir as escadas para socorrê-la no que foi impedida pelo marido:
- Tá ficando doida mulher? Sabe que o homem anda sempre armado e vai meter uma bala na tua cabeça...!
Depois a segurou pelo braço e a trouxe de volta dizendo:
- Sabe que nossos empregos dependem dele que é dono disso tudo aqui, então é melhor fingir que não ouviu nada!
Já sem forças para reagir e sufocada, para deleite do coronel Ivanilde desmaiou e, ele pôde então fazer o que queria como bem queria. Dando gargalhadas, seguida de palavras obscenas, que podiam ser ouvidas até no saguão do hotel. Sem oposição, sem resistência, a possuiu com violência, reclamando que por ter desmaiado a “puta” não podia gemer nem gritar de prazer. Como Ivanilde não recobrou a consciência, ele desistiu após de ejaculado mais uma vez e a deixou, vestiu as roupas e passou pelo saguão do hotel, cumprimentando a todos, como se nada tivesse acontecido.
Horas mais tarde, quando Ivanilde acordou estava envolta em uma poça de sangue. O ânus e a vagina queimavam como pimenta. Das mordidas pelo corpo todo vertia sangue que se misturava ao sangue virginal embebido no lençol.
No dia seguinte quando acordou toda mordida e sangrando, o coronel já tinha ido embora deixando a sozinha, sem dinheiro e sem saber o que fazer naquela cidade grande.
A mulher do porteiro a acolheu. Estava ainda visivelmente confusa, e nem sabia exatamente o que tinha lhe acontecido.
A bondosa mulher a ajudou para que tomasse um banho e tratou seus ferimentos com unguentos e antibióticos. Serviu-lhe comida leve e nutritiva, e por três dias a manteve num dos quartos nos fundos do hotel. Não fosse a compadecida mulher, teria passado fome e, quiçá, morrido.
No terceiro dia, já refeita e mais conformada, teve de deixar o hotel. Sua permanência por ali não convinha à mulher do porteiro porque não confiava no marido.
Na madrugada do estupro o coronel deixou o hotel e voltou pra fazenda.
De volta à fazenda disse aos pais de Ivanilde que ela ficou com uma boa família para fazer um curso de corte e costura e que em uma semana ele a traria de volta.
No dia seguinte, Josias foi baleado mortalmente por um dos empregados do coronel. A morte aconteceu logo depois de uma discussão que ninguém soube explicar como começou. Josias morreu e no mesmo dia foi sepultado no cemitério da fazenda.
O coronel convidou a viúva do Josias para mudar-se para sua casa. Assim quando a filha retornasse, ambas poderiam morar por lá.
Parte III - A morte do coronel
Luana foi morar na casa do coronel, sendo-lhe reservado um pequeno quarto nos fundos. Uma noite, enquanto ela trocava de roupa para dormir, o coronel entrou no quarto e a surpreendeu nua, parecia estar tomado pelo demonio e começou a acedia-la. Luan não entndeu porque aquele homem tão bondoso e caridoso a maltratava tanto sem motivo algum. Quando ela já meio tonta pelos bofetões na cara se encolhia num canto enrolada nos lenções já manchdos de sangue, viu que ele arriava as calças, expondo seu membro enorme e endrecido. Sabi agora o que pretendia o coronel e certametne preendia resistir. Jamais cederia a aquele monstro. E ela resistiu, como qualquer mulher resistiria, e ele a tomou a força, jogando-a sobre a pequena cama esbofeteando-a várias vezes no rosto e a cada vez que a esbofeteava fazia com mais violência, exteriorizando no olhar o mórbido prazer em vê-la em sofrimento implorando para que parasse. Quanto mais ela implorava para que ele a deixasse em paz, mais ele se excitava. Sádico, exteriorizava seu sadismo em atos de violência que se expressavam cada vez mais contundentes, e ele deliciava-se com o olhar daquela mulher assustada e emocionalmente combalida. O que começou com palmadas passou a murros uns seguidos de outros, até transformar seu rosto numa massa entumecida coberta pelo sangue que jorrava em bicas a partir do supercílio, ouvidos, boca e narinas. Extenuada e levada a perder as forças ao jugo de seu ofensor, sentindo-se enfraquecida, deu-se por vencida ao ver que não adiantava mais lutr para se defender. Se da contenda vinha parte do prazer que o monstro sentia, melhro se entregar e consentir no ato sexual. Abriu as pernas e agarrou-se à cabeceira da cama, fechando os olhos. Mas êle não a quria assim e, agarrando-a pelas pernas a fez girar pelos ares, depois aposicionaou de quatro sobre a cama e a penetrou pelo ânus. LUana nunca havia feito aquilo, nem com seu falecido marido. Sentiu uma dor intensa como que um ferro em brasas entrando em seu reto. Um grito se fez ouvir, e depois enterrando as narinas no colchão, respirou sofregamente do modo como podia, uase sufocando. Violento como lhe cabia ser, êle, o endemoiado coronel, outrora homem respeito, estava transformado num ser irreconhecível que a fez sangrar em gemidos sufocado. Ele poderia ter sido carinhoso e ela se entregaria a êl como muitas vezes assim o desejou, mas não. Ele preferia a violência, a dor. Deliciava-se com o sangue escorrendo quando rompeu-lhe, a seco, as pregas. Seu ânus ardia como pimenta e quando começou a sangrar ocoronel afastou-se para delicar-se em solve-lo. Luana pensava que, quem sabe ao satisfazer-se a deixaria em paz. Mas o coronel era um homem insaciável. O sexo em si em nada lhe importava, o que importava era a dor e êle só queria desfrutar o prazer da dor. Ele a viru e, rasgando tiras do lençol amarrou suas pernas uma para cada lado, depois ajoelhou-se entre suas pernas, abaixou-se e sua lingua pegajhosa pecorreu os grandes lábios vaginais. Luana sentiu um temor percorrer seu corpo, mordeu um chumaço de lençol e esperou pelo pior. Mas o coronel não ficaria satisfeito, e não terminaria simplesmente a possuíndo pelsa frente. Então ele mordeu seu clitores arrancando-o enquanto um grito de dor ecoava além das paredes do quarto. Izabel, que dormia nos aposentos do outro lado da casa, acordou assustada.
Luana tinha chegado aos limites da axaustão e desmaiou. Ele, dobrou suas pernas até que os joelhos encostassem nos ombros, depois arrastou-a para junto de si, puxando-a pelas cochas. Seus olhos macabros brilhavam como se acreditava ser o brilho dos olhos do diabo quando viu exposta suas genitálias.
O coronel esboçou um sorriso sarcastico, e o suor fétido lhe escorria pelo corpo, então abaixou-se e lambeu o sangue que escorria do anus de Luana, depois ajeitou-se e introduziu seu pênis em sua vagina, copulando e arfando como um gordo cachaço. Era o fim da violência. Luana então recobrou os sentidos sentindo-se invadida pelo próprio demônio. Ele a chamava de puta nojenta e dizia que nem pra gritar ela servia.
Pelo respirar ofegante Luana, sabia que o fim do pesadelo estava pra terminar. Apesar da dor e do sangue que vertia sentiu quando os primeiros jatos de semem inundava sua vagina.
- Quem dera, satisfeito, a deixasse e fosse embora! - Pensou.
Nesse mesmo instante, um relampejo de fogo iluminou o quarto e o disparo de uma arma se ouviu.
O coronel entortou-se para cima, urrando como um leão ferido e levou a mão na cintura tateando a ferida aberta pela primeira descarga do chumbo. Seu algoz, sem pressa, recarregou a espingarda e desferiu um segundo tiro e o coronel, desfalecido, caiu para tráz enquanto o seu derradeiro jato de esperma perdia-se no ar.
Um baque sufocado ouviu-se quando seu corpo atingiu o piso de tábuas do pequeno aposento, e os seus olhos ainda tiveram tempo de ver a pessoa que pos fim a sua vida. Quis falar, mas a voz estava embargada.
Mais uma vez a arma foi recorreda e um terceiro disparo atingiu-lhe a cabeça, tirando-lhe o que lhe sobrava de vida. E um quarto tiro ainda seria ouvido, não foi um de misericórdia, mas de disatino contra seus órgãos genitais.
Encolhida na cabeceira da cama, sem entender o que estava acontecendo, Lana tremia e procurava esconder-se nos lençois embebidos de sangue. Seus olhos nãopodiam ver com nitidez porque estavam inundados de sangue. Tudo foi tõ rápido que não pode ver quem atirou no coronel, só distinguiu um vulto de mulher que saiu do quarto deixando o diabo estendido no chão, inerte e já sem vida.
Por alguns minutos Luana nada mais ouviu a não ser as batidas do próprio coração. A luz de uma lamparina alumiou o quarto e alguém desamarrou as tiras que pendia seus pés na cama e a segurou pelo braço:
- Venha, vamos sair daqui!
Pela voz calma e doce, soube ser Izabel, a filha do coronel.
O corpo do coronel foi levado para velar na tulha, onde nem os empregados compareceram para dizer-lh um ultimo adeus. Izabel, em desabafo confessou a Luana que ele abusava dela desde quando ela tinha apenas nove anos de idade.
Os empregados que sabiam do caso, por entender a ação legítima daquele assassinato, encobriram a autoria do crime, qu constou nos anai da justiça como autoria desconhecida.
O coronel foi sepultado sem honras nem pompas, envolto em um lençol, o mesmo lençol com o sangue de sua vítima, num cemitério abandonado da fazenda.
Dos amigos políticos nem telegramas de condolências a família recebeu. Os empregados na noite do enterro fizeram uma festa para "beber ao defunto". Alguém apareceu com um boneco feito com os trajes do coronel e o malharam até o amanhecer quando foi queimado em frente ao casarão.
Izabel e Luana, logo após o sepultamento foram para Maceió na esperança de encontrar Ivanilde, pois já previam o que poderia ter-lhe acontecido.
Segundo Izabel, começariam a busca pelo hotel do pai, onde ele a levava sempre que iam a capital e onde tudo aconteceu pela primeira vez quando ela ainda tinha apenas nove anos de idade.
Por sorte Ivanilde estava bem. Arranjou emprego como faxineira, com uma amiga da mulher do porteiro do hotel. Uma família boa e descente que a acolheu. Elas a encontraram e a levaram para casa. Nove meses depois, Ivanilde e Luana deram à luz a dois bebes, os filho do cornel, que foram reconhecidos como sucessores legítimos e juntamente com Izabel herdaram todas as propriedades. O hotel do Coronel foi tranformado em um abrigo para vítimas de estupro e anos mais tarde, depois de frustradas tentativas de se obter verbas do governo, fechou por falta de recursos. No ano de 2008 as terras das fazendas foram invadidas por sem terras e desapropriadas. Acabava assim a saga da família Hernandes.
Final - Coronel Hernandes, a vítima
Do ano 1975 até 1986 o hotel Hernandes do falecido coronel Hernandes foi utilizado como abrigo para vitimas de estupro. No ano de 1984 faleceu o Dr. Ranulfo Ávila Ferreira, médico psiquiatra da instituição.
Luana, ficou como secretária do Dr. Ávila, nos seus últimos anos de vida. Quando ele faleceu ela teve de remover os arquivos de seu consultório, separar as pastas dos pacientes ainda em tratamento, dos pacientes falecidos ou que deixaram de receber atendimento por qualquer motivo.
Num desses arquivos, perdidos no tempo, um nome lhe chamou a atenção. Tratava-se do paciente 637 de nome Clovis Benedicto Hernandes. Esse nome lhe era familiar pois foi nesse nome que correu o inventário do coronel Hernandes.
- Seria muita coincidência, ou o coronel Hernandes tinha sido um dos pacientes do Dr. Ávila? – Pensou.
Separou essa pasta. Logo em seguida entrou o Dr. Azanur, novo psiquiatra da instituição que chegou para ocupar o lugar do Dr. Ávila. A ele Luana passou todos os arquivos menos o d enumero 637 que ela escondeu em sua bolsa.
Talvez alí naquele arquivo estivesse a resposta porque um homem de altos brios e de um coração bondoso como o coronel, pudesse se transformar num endemoniado capaz de estuprar seus próprios entes queridos usando de tanta violência como a que usou contra si e possivelmente contra sua filha Ivanilde.
Não via a hora de ir para casa, mostrar aquela pasta à Izabel, moça de mais leitura e que por certo saberia dizer se seu falecido pai tinha sido paciente do Dr. Avila.
Tão logo pode sair, correu para casa, quando os meninos saíram, chamou Izabel e lhe mostrou o arquivo. Izabel num primeiro momento prendeu a respiração. Suas mãos começaram a trmer quando tocou naquele amontoado de papeis velhos. Não restava a menor dúvida, aquele era o arquivo de seu pai.
Emocionada e quase sem forças para segurar a pasta, deixou que esta se abrisse e os papeis com as anotações manuscritas se espalhassem pelo chão.
Ao invés de recolhe-los, movidas um pensamento só, ambas se sentaram-se no tapete e começaram a olhar os papéis em busca de algo que explicasse o monstro que se apossou do coronel em todos os fatídicos momentos até o instante que precedeu a sua morte.
Izabel observou que os arquivos mais antigos datavam de pelo menos vinte anos antes de seu nascimento, quando o coronel tinha cerca de 8 anos.
As escritas do Dr. Avila, não passavam de garranchos mal escritos certamente sobre a cabeceira de um divã, mas apesar das dificuldades de leitura e das anotações abreviadas, foram desvendando pouco a pouco o mistério.
Primeiro separaram por dadas cada folha e descobriram entre uma e outra anotação cópia de cartas que o Dr. Ávila endereçava ao seu professor e então colega Dr. Amadeus. Uma dessas cartas fazia uma revelação surpreendente.
Dizia o Dr. Ávila ao seu colega Amadeus “meu paciente foi vitima de estupro aos sete anos de idade e sinto dificuldades em lidar com o problema, motivo pelo qual peço sua prestimosa colaboração...”, no entanto não dizia o nome do seu paciente.
- Ora! – Disse Luana – Se a carta está no meio dos papéis do coronel, o paciente só pode ser o coronel!
Mas numa outra carta o Dr. Ávila se referiu ao seu paciente pelas iniciais C.H. Então Izabel se lembrou de que o coronel sempre assinava Clovis Hernandes e adiava quando alguém o chamava de Benedicto, porque Benedicito era o nome do seu avô, a quem seu pai sempre se referia como “o monstro”.
Nessa carta o Dr. Ávila dizia ao colega que havia obtido do paciente C.H. toda a historia do estupro. Que ele, como médico acostumado com as aberrações da natureza humana, brindado que estava aos efeitos nocivos dos relatos de seus pacientes, não se conformava com tamanha atrocidade dos H.
- C.H. “Clovis Hernandes” e família H, família Hernandes.
Clovis Benedicto Hernandes, tinha apenas sete anos. Seu pai, o coronel Benedicto Hernandes, chega em casa, meio embriagado depois de passar algumas noites em uma casa de prostituição de Maceió. Devia se por volta de umas oito horas da noite, já estava escuro e os empregados da casa já há viam idos para os seus aposentos.
Benedicto entrou no quarto e chamou pela mulher, sentou-se na cama e tirou as botas, a casaco e arriou as calças. Quando a mulher entrou no quarto ele a agarrou e a jogou na cama para possui-la, mas ela resistiu e não cedeu, pois ele lhe dava asco, fedendo a esbornia.
Saiu do quarto e foi para a sala onde estava fazendo uma renda para um vestido novo. Clovis entrou no quarto proque o pai lhe havia chamado.
Quando o menino se aproximou ele o agarrou e o pos de quatro, abaixando-lhe as calças. A principio Clovis entendeu que levaria umas chibatas como era comum acontecer, mas logo sentiu que seu pai enfiava o pênis em seu ânus. Sentiu dor e gritou, debtendo-se para se desvencilhar daquela situação ainda não vivida e que mal entendia o que estava acontecendo.
Aos berros bedia para que o pai parasse.
- Já que sua mãe não quis se entregar a mim, você mesmo serve seu filho da puta desgraçado, quem sabe assim você vai prestar pra alguma coisa!
O menino subjugado pelo pai, sentindo fortes dores tinha medo de gritar. Travou os maxilares e suportou calado.
- Filho da puta, nem pra gritar você serve! - Disse o coronel enquanto lhe esmurrava a cabeça. Então o menino gritou e seu grito de desespero refletiu noite adentro e foi ouvido até na colonia dos empregados.
A mulher ouvindo o filho gritar desesperado, correu para o quarto e vendo o que o marido fazia com ele, usou de uma tesoura que trazia nas mãos e o acertou na altura da nuca, traspassando-lhe a espinha e atingindo a medula.
O coronel deixou escapar um gemido de ódio e de dor, mas soltou a criança, que esvaindo-se em sangue fugiu desesperada. Aquele corpo desnudo com as calças arriadas, tombou agonizando. Não fosse a interferência de um dos empregados da casa que acudiu na hora, a mulher o teria traspassado com a tesoura matando-o a vários golpes. Estava cega e seu ódio não permitia controlar seus impulsos.
O coronel foi levado para o hospital mais próximo a sessenta quilômetros, no lombo de um cavalo, amarrado como se amarra um saco de batatas. Chegou ainda com vida. Os médicos que o atenderam dois dias depois, salvaram-lhe a vida, mas não os movimentos do pescoço para baixo. O coronel ficou tetraplégico, até que seus dias terminaram.
Naquela noite de horrores, o menino assustado perdeu-se na escuridão e só foi encontrado no dia seguinte escondido no porão de um velho armazém. Parecia um bicho do mato e não queria ver a luz do dia. A muito custo foi levado para casa e medicado. Certo dia o surpreenderam dentro de um galinheiro fazendo sexo brutal com uma galinha. A mãe reconhecendo a anormalidade dessa atitude o encaminhou para tratamento em Maceió.
O Dr. Ávila tornou-se o seu médico psiquiatra, mas aos dezoito anos, após o falecimento do pai, Clóvis Benedicto Hernandes, assumiu os negócios da família fazendo-se conhecer por “coronel Hernandes”.
Foi nessa época que, por conta própria, o jovem coronel deixou de frequentar a clinica para se tornar um homem de respeito, as vezes justo e bondoso, as vezes arrogante e insuportável e de atitudes reprováveis. Amado por uns poucos aliados políticos e adiado por muitos de seus empregados. Diz a lenda que, para ampliar os negócios da família, não titubeava em mandar exterminar quem se pusesse no seu caminho. Casou-se e teve com a mulher uma única filha, Izabel. Quando Izabel completou nove anos, o coronel ficou viúvo. Sua mulher forte e saudável morreu em circunstancias misteriosas. frequentava todos os bordeis e era conhecido pela generosidade com que gastava dinheiro e pela violência com que tratava algumas prostitutas.
Este homem trazia dentro de si um monstro pervertido só conhecido, pelas suas vitimas, no momento em que se expressava com a mesma violência com que foi tratado na sua tenra idade. Difícil entender os desígnios da natureza humana exceto se conhecermos as voltas que a vida dá.
FIM Autor: Eredia.Antonio Emilio Darmaso Tupã-SP – 22 de outubro de 2011 as 22hs e 05 min (horário de verão) Esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança com pessoas, nomes ou fatos será mera coincidência.