Conteúdo moderado não recomendado para menores de idade. Contém descrição de cenas de sexo.
Era uma sexta feira como outra qualquer e não tinha aula nesse dia, então nos três fomos até a zona, mas éramos todos menores de idade e fomos barrados logo de inicio, na primeira casa que escolhemos entrar. - Imberbes, como convencer a dona da casa a nos deixar entrar mentindo a idade? – Só com carteira de identidade pra comprovar que são maiores de vinte e um anos, ou com dezoito acompanhados do pai. - Disse um dos brutamontes que veio nos barrar na porta. Assim mesmo, curiosos do lado de fora, demos uma olhada no interior da casa. Tudo refletia vermelho e brilhante com muito requinte. As mulheres eram lindas e exibiam seus corpos bem feitos e pernas grossas, seminuas e com trajes em tecidos praticamente transparentes de rara beleza. O sonho de todo jovem, na época, era poder entrar e se misturar aos adultos que por lá passavam ostentando suas carteiras rechonchudas e podendo escolher com quem ficar. Essa casa era especial e muito concorrida. Contava a lenda, que por lá vivia a mulher mais deslumbrante que um homem poderia desejar. Sua boca realizava prodígios e suas mãos eram mágicas. Durante uma transa seus gemidos podiam ser ouvidos a quadras de distância ao ponto de deixar qualquer um excitado. Ninguém sabia o seu nome, mas todos a conheciam pela alcunha “Camisa de Vênus”. E a lenda da Camisa de Vênus se espalhava pela cidade. Alguns diziam que ela era apenas uma mulher como as outras, falavam até que já tinham “trepado” com ela, mas na verdade era só conversa fiada, porque até onde sabíamos era ela quem escolhia os seus amantes. Não bastava pagar como ocorria com as outras. Muitos fazendeiros ricos ofereciam terras, casas e carrões por uma noite, e ela os recusava. Ao contrario dos meus amigos que sonhavam com o impossível, nunca alimentei esperanças de passar uma noite com aquele mito de mulher. Idolatrada por poucos afortunados e odiada por muitos, que mesmo sendo detentores de grandes fortunas ou poder, foram por ela rejeitados, certamente jamais escolheria um pirralho como eu. Estar naquela casa, para depois descrevê-la aos amigos já me bastava. Vê-la por uma fresta da porta entreaberta seria então o máximo. Na semana seguinte, Vitor, um de nossos amigos completou vinte e um anos, e quando eu e o Eduardo o encontramos na pracinha da Igreja, ele mostrou-nos a carteira de identidade que lhe dava o direito de entrar na casa onde habitava a enigmática Camisa de Vênus. Que inveja. Acaso ele conseguisse ao menos olhar pela porta entreaberta por onde pudesse apreciar sua afamada beleza, mesmo por alguns segundos, para eu e o Eduardo, já seria motivo mais que suficiente para morrermos de inveja. Confesso que fiquei com inveja do Vitor. Também queria ter vinte e um anos, mas por outro lado estava feliz que meu amigo tinha chegado lá e podia desfrutar da chance de pelo menos entrar na casa. Eduardo foi mais longe, sua inveja o corroeu. Saiu esbravejando e nos deixou. Daquele dia em diante cortou amizade com o Vitor e o trio se dissolveu. Eu e o Vitor continuamos amigos. Da minha parte torcia para que ele pudesse entrar, ser escolhido e trazer noticia da misteriosa mulher. Misteriosa porque nunca foi vista fora do quarto. No sábado receberíamos nossos pagamentos e o Vitor dizia que daria tudo que ela pedisse, mesmo que ficasse duro pelo resto do mês. Mas ganhávamos menos de um salário por mês, e se juntássemos nossos rendimentos talvez não pagasse o preço de estar com aquela mulher. Sou uma dessas pessoas que sempre consegue o que quer. Deveria haver um jeito de poder ir com o Vitor àquela casa – mas como? - Na sexta à noite fui assistir a um filme onde um garoto usou a identidade do irmão para fazer umas trapaças, e no filme a estratégia deu certo. Quando o pegaram já tinha se metido em poucas e boas. Isso brilhou como uma grande idéia. Todos diziam que eu e um de meus primos nos parecíamos demais e, ele já era maior de idade. Foi ai que Eros, o deus do amor, conspirou em nosso favor. Pedi a sua identidade emprestada, mas antes tive de negociar. Na verdade pagar um preço alto. Muito alto. Havia na escola uma garota com eu estava saindo, mas isso acontecia às escondidas e ninguém sabia, nem mesmo ele. Então ele propôs que só me emprestaria a carteira de identidade se eu arrumasse um encontro com essa tal garota. O meu coração disparou. Não sabia como dizer a ele que a garota era a minha garota. Pior foi saber que ele era apaixonado por ela. Confesso que foi difícil tomar uma decisão, mas finalmente, sem oura saída, concordei. Depois de usar seu documento, o resto viria com tempo de sobra para pensar em como me sair dessa, naquele momento eu tinha que concordar. Eros me dava a chance que eu pedi, mas cobrava um preço que eu tinha de pagar. Concordei. Prometi apresenta-lo para a garota e ele me deu a identidade. -Imaginem um jovem de dezessete anos dando pulos de alegria, gritando e quase sendo atropelado ao atravessar a rua? Quando falei com o Vitor sobre minhas intenções de usar a carteira de identidade do meu primo, para entrar na zona, ele logo me alertou. – Garoto, já to vendo o final dessa historia... Crivou o olhar nos meus olhos com ar de desaprovação e concluiu - Você vai parar no juizado de menores e seu pai indo buscá-lo com uma chibata na mão! - “Caraio” vira essa boca pra lá e me deseje sorte! – retruquei. Fomos jogar sinuca e durante a partida fizemos um pacto: na remota possibilidade dela escolher um de nós, e caso faltasse dinheiro, um emprestaria ao outro. Era por volta de vinte e três horas quando entramos na zona. De um lado ao outro da rua as casas com suas luzes vermelhas apresentava seus atrativos. Não tinha uma casa por onde passamos que uma mulher não nos convidasse para entrar. Uma delas, encostada no batente da porta, com uma cigarrilha dourada de quase um metro de comprimento entre os dedos, um sapato prateado de salto alto, de calcinha e um enorme par de tetas a mostra, chegou a predizer:- Assim que barrarem vocês na Camisa de Vênus, venham pra cá, tesouros! Mas não fomos barrados na porta. Vitor entrou assim que apresentou a sua identidade e quanto a mim, parece que o porteiro não se convenceu de imediato, chamou um colega e os dois olharam para a foto da careteira e depois para mim. Fizeram isso várias vezes. Ainda bem que à meia luz e os reflexos do ambiente vermelho disfarçaram minha palidez. Estava com medo. Se descobrissem mina falsidade ideológica, meu sonho acabava por ali e eu teria de dar explicações ao Juizado de Menores. Depois de confabularem por alguns segundos, ele nos deixou passar. Ainda bem que não perguntaram nada, porque naquele momento a voz não sairia, tamanho foi o medo de que descobrissem que o documento não era meu. Dentro da sala havia homens barbados, inclusive um que se dizia coronel, amante de uma das meninas da casa. Ela a mantinha lá e pagava todas as suas despesas só para te-la com exclusividade. Logo a dona da casa apareceu, simpática e elegante. Tínhamos dado os nomes para o sorteio. De todos os nomes dois seriam sorteados, mas só um seria o escolhido. Ela lia o nome do pretendente, dobrava o papel e o colocava numa cumbuca de cristal. Assim que terminou de depositar todos os nomes, inclusive os nossos, rapidamente os homens se aglomeraram a sua volta esperando pelo sorteio. Ela então começou a mexer os papéis de modo a misturá-los e depois pediu para uma das outras mulheres que metesse a mão na cumbuca para sortear os dois nomes. Eu e meu colega não conseguíamos sequer ver a mulher, pois ficamos afastados da turba que, freqüentadores assíduos do local, já conheciam os costumes e logo fecharam um cerco impenetrável. Nossos corações estavam acelerados, mas mantínhamos a esperança que nossos nomes fossem sorteados, probabilidade remota devido ao grande numero de pretendentes naquele dia. O primeiro nome que saiu foi o de um delegado de policia, um cara arrogante, pretensioso, asqueroso, mal visto, mas tolerado porque diziam ter costa larga porque era sobrinho de um general bastante influente no governo militar de então. Ele ergueu os braços, punhos cerrados e se mostrou a todos com um sorriso pernóstico, antecipando vitória. Todos o aplaudiram. Dizem que desde quando Camisa de Vênus chegou à casa, essa era a primeira vez que o nome dele foi sorteado. Só restava uma chance e com certeza um de nós já estava fora do páreo. Os próximos segundos seriam decisivos e quando a mulher enfiou novamente a mão na cumbuca, todos silenciaram. Dava até pra ouvir as batidas dos corações. Pelo menos eu ouvia a do meu que batia aceleradamente. Quando a mulher anunciou meu nome, todos olhando para nos dois com ares de incrédulos e só queriam saber quais dos dois novatos foi o sortudo. Eu e meu colega nos entreolhamos e não podíamos acreditar que eu tinha sido um dos escolhidos. O delegado sorriu sarcasticamente e seu olhar fez gelar minha alma quando percebeu que o seu oponente seria um pirralho, na flor da idade. A dona da casa levou os dois nomes para Camisa de Vênus, e recomendou que pagássemos bebidas a todos, pois esse era o preço pela transa com aquela misteriosa mulher. Pagar bebidas para todos ali era algo além de minhas posses, mas foi ai que o meu colega lembrou o nosso pacto, cochichando no meu ouvido: - Fique tranqüilo, tenho no bolso o meu salário e mais algumas economias, se o seu dinheiro não der, conte comigo! Vitor era um desses caras, pau pra toda obra. Mesmo sendo preterido no sorteio sua alegria era maior do que a minha. Isso me fez refletir: - Será que se fosse ele o escolhido, a minha reação seria a mesma para com ele? Senti que em mim havia mais de Eduardo do que de Vitor, e isso me deixou um tanto mal. Vitor era um sujeito de aparência rude, voz firme e autoritária e podia até ser classificado como um bronco, mas tinha um grande e sensível coração que contrariava todos esses adjetivos. Já passava da meia noite e o povo não parava de pedir cervejas. Essa era a estratégia da casa para aumentar a receita. Nosso rico dinheirinho já enchia a pança de muito vagabundo, quando decidimos falar com a dona da casa e expor nossa limitação financeira. Ela disse que não se importaria de pegar um cheque para esperar o próximo mês. Estávamos literalmente fudidos. Vitor já questionava se teria valido a pena arriscar tanto por algo que nem sabíamos se valeria a pena. Uma luz azul começou a piscar na porta do quarto da Camisa de Vênus. Todos pararam de beber e olharam atentamente. Uma das meninas entrou no quarto e em seguida voltou com um dos papeis para anunciar qual dos dois nomes foi escolhido. O delegado levantou-se e olhou a todos com certo ar de superioridade, a mim seu olhar foi de visível desdém. Parecia antever a sua escolha, e foi logo se aproximando da porta com os polegares esticando os suspensórios que prendiam as calças à protuberante barriga. Todo cheio de arrogância já tinha como certo que era o seu nome naquele papel. A moça que estava à porta, se desvio dele e apontou o dedo para mim: - Você, garoto, vem, ela escolheu você! Quando se espera ansiosamente por uma coisa e ao saber que a tem nos recusamos a acreditar. Pois bem, nem acreditei. Foi preciso um empurrão do Vitor dizendo: - Vai cara, ela escolheu você! Meio que impulsionado pelo empurrão, esbarrei no delegado que ousou por a mão no meu ombro e me segurar. Nesse momento um frio gélido subiu pela espinha dorsal e me vi sendo enxotado do ambiente. Talvez acontecesse o pior por estar portando uma carteira de identidade que não era minha. Mas não, o delegado abriu um sorriso e simplesmente disse: - Parabéns. Coisas de principiante. Faz dois anos que venho aqui e ainda não tive a sua sorte, hoje pelo menos meu nome foi sorteado, mas a parada é sua! Dizendo isso me deu mais um empurrão que quase terminei de quatro, num quarto iluminado por uma luz violeta, diante de uma cama de lençóis vermelhos reluzentes e uma mulher seminua e de uma beleza indescritível a minha frente. Meu corpo tremia e confesso que por um instante parei sem saber o que fazer. Ela percebendo meu estado emocional alterado, quase a beira de entrar em pânico e sair dali correndo, estendeu a mão e me convidou para sentar na beirada da cama, bem ao lado dela. - Quantos anos você tem meu jovem? –perguntou com voz macia, quase maternal. - Gaguejando respondi: - Dezessete... – Aí me dei conta de que devia ter dito vinte e um, mas já era tarde. Não tinha como corrigir. Ela então passou a mão pelo meu peito fazendo com que todos os pelos do meu corpo se arrepiassem. - Você é menor de idade. Sabia que isso pode me trazer sérios problemas? - Desculpe. Se não quiser, eu saio, vou embora! - Não. Fique podemos resolver isso. Se você entrou aqui usando um documento falso o problema não será meu. Mas se você quiser ir embora...! - Não, não... Quer dizer, não quero ir. - É sua primeira vez? - Sim... Quer dizer, não... Tem uma garota... A gente...! - Perguntei se é a primeira vez que vem numa zona! Sim essa era a primeira vez que entrava numa casa de tolerância, e se tudo desse conforme o previsto era também a primeira vez que estaria com uma mulher de zona. Com aquela garota com quem fazia sexo, era sempre a mesma coisa. Ela ficava de quatro, erguia o vestido, descia a calcinha e pronto. Quando tinha camisinha gozava dentro e quando não tinha, gozava fora. Em termos de sexo, queria estar com uma mulher experiente para aprender alguma coisa que ainda não sabia, e por certo haveria muitas coisas que eu ainda não sabia. Camisa de Vênus abriu espaço para conversarmos. Em meio à conversa, pediu-me para alcançar uma licoreira que mantinha no criado-mudo na cabeceira da cama. Serviu-me meio cálice de um licor relaxante que ela mesma preparava a base de ovo, cravo e canela, com poderes afrodisíacos. Suas mãos seguraram as minhas e ela disse: - Deite-se ao meu lado, em poucos minutos você vai estar relaxado, ai vou mostrar o que sei fazer de melhor. Deitado ao seu lado, não parava de tremer, e ela delicadamente foi beijando meu rosto e um calor foi subindo e, quando suas mãos tocaram em meu pênis ele já havia endurecido e eu já não tremia mais. Eu já estava completamente relaxado, pronto para embarcar nas mais novas fantasias sexuais. Ela retirou uma camisinha da gaveta, rasgou o invólucro, colocou a ponta da camisinha entre os lábios, depois a colocou em meu pênis, e foi desenrolando para baixo, com os lábios, sem tocar os dentes, desenrolando-a vagarosamente. Sua boca era quente e úmida e seus lábios macios. Cheguei a pensar que aquilo não era real. Ouvira falar na tal felação, boquete e outros nomes e ficava imaginando como seria, mas daí a experimentar, pela primeira vez, é algo além da imaginação. Quando terminou de desenrolar a camisinha, meu pênis estava completamente em sua boca e ela começou a fazer movimentos com língua que me levaram à loucura. Por vezes parava e beijava em volta do saco, para depois descer suavemente seus lábios da cabeça ao pé. Um grito saiu sem querer quando ela intercalou movimentos ora mais suaves ora mais intensos. É inacreditável, mas ao gritar de prazer o gozo se torna mais intenso. Tudo aquilo era novo, e por ser novo, foi fantástico. Senti que o líquido quente percorreu o duto peniano e jorrou em toda sua plenitude. Ela só parou quando percebeu que já tinha terminado de gozar e me pediu que fosse até o banheiro para descartar a camisinha no vaso sanitário, lavar e retornar para debaixo dos lençóis, porque nossa noite mal havia começado. Ali aprendi que uma mulher não tem de ficar só com as pernas abertas ou de quatro. Ela é sua parceira e como tal pode fazer muito mais que esperar pelo orgasmo. Seus lábios percorriam meu corpo, e não precisou muito tempo para que estivéssemos preparados para um segundo tempo. Novamente seus lábios mágicos revestiram meu falo com uma segunda camisinha. Era roxa e lubrificada, diferente daquelas brancas que conhecíamos. Depois disso ela me pediu para ajuda-la a por um almofada por debaixo das nádegas, puxou uma das pernas para um lado e outra para o outro e me orientou a vir por cima, para chupar seus seios antes de penetra-la. Seus gemidos podiam ser ouvidos na sala. Quando gemia um silencio se fazia seguido de algazarras e risos de satisfação. – O garoto se deu bem! Uma voz exclamou nitidamente. Pelo tilintar dos copos, provavelmente brindavam à nossa noite de amor. Suas mãos conduziram meu pênis para o seu canal vaginal, e quando sentiu que eu a havia penetrado, tentou encolher as pernas com auxilio das mãos. Senti que havia certa dificuldade em dobrar os joelhos. Então eu as posicionei e ela, soltando um hálito quente e perfumado em meus ouvidos disse-me: - Mete meu amor, faz comigo o que você sabe fazer com a sua namorada. Por uma razão que me intrigava, parecia que suas pernas não se moviam por conta própria e por isso precisou da minha ajuda. Talvez fosse parte do ato sexual, porque aquilo até me dava prazer. Segurando suas pernas encostadas no meu corpo, sentia suas cochas quentes. Sua xana quente e úmida era bastante apertada, e copulamos como dois animais. Não sei dizer quantas vezes a senti gozando. Quando terminamos, ela disse: - Você trouxe de volta a mulher que existe em mim. Não sei há quantos anos estou nessa vida sem prazer. Hoje você me fez gozar. Com você experimentei uma infinidade de múltiplos orgasmos! Pensei: - Deve dizer isso a todo homem com quem está! - Mas não. - Senti em seus olhos que ela estava falando a verdade e me senti o maior dos homens comparados com os que estavam na sala. Especialmente me senti maior e mais poderoso do que o tal delegado. Horas mais tarde terminamos e ficamos olhando para o teto vendo os reflexos de luz de uma bola de vidro. Perguntei: - O que você disse é verdade, realmente fiz você gozar? Seus olhos se aprofundaram nos meus e ela confirmou, dizendo: - Uma mulher pode até fingir que está tendo um orgasmo, como finjo com todos os homens, mas não posso fingir que sai de minha alma. Tive múltiplos orgasmos que saíram da minha alma, e você os sentiu. De fato. Durante os momentos em que sua respiração aumentava, sua vagina sugava meu pau, como que querendo engoli-lo. E eu sabia o que aquilo era conseqüência de um orgasmo, pois a garota com quem eu saia, era eximia na arte de gozar. Durante a madrugada, falamos de sexo, de posições e de tudo o que pode existir entre um homem e uma mulher. Aprendi com ela que alem do sexo “penetração vaginal” há muito mais para se fazer. A copula é só o final do prazer. Ejacular não é tão importante nem é tão prazeroso quando não é precedido de trocas de carinhos, de palavras doces e até alguns palavrões. Camisa de Vênus naquela noite m ensinou que a mulher não é só um ser passivo, mas uma coadjuvante na cama. Aquela noite não foi só transa, mas de grandes lições. Suas pernas não se moviam e, ajuda-la a se posicionar para sua maior comodidade e satisfação, dava uma sensação extra de valor ao que estávamos fazendo. Até para posicioná-la de quatro precisei ajudá-la. Quando terminamos, exauridos e felizes, ficamos abraçados e foi ai que reuni atrevimento suficiente para perguntar: - Tem algum problema com suas pernas? Ela parou, como que tomada de espanto, olhou-me por alguns segundos sem saber o que responder, depois virou o rosto para a parede, ajeitou-se na cama apoiando as costas no travesseiro. Suas mãos abarcaram minha cabeça, forçando-me a deitar em seu colo. Depois acariciou os meus cabelos. Enquanto eu me deliciava com o cafuné, ela pôs-se a falar: - Foi há muito tempo. Eu era apenas uma garota apaixonada, com a cabeça cheia de fantasias, com 1uinze anos de idade. Conheci um rapaz como você. Minha família não o aceitou porque a mãe dele era negra. Fugimos de casa, pois só assim, meus pais aceitariam nosso casamento. Meu pai e meus irmãos saíram ao nosso encalço e nos encontraram num sitio de um visinho. Meu irmão quando nos viu juntos, sacou de uma pistola e apontou para o rapaz, eu entrei na frente. A bala passou pelo meu abdômen e foi se alojar na espinha. Levaram-me para o hospital, mas o medico não pode fazer nada. Eu perdi os movimentos das pernas. - E o rapaz, o que aconteceu com ele? – perguntei. - Ele fugiu. Meu irmão o perseguiu e o matou dois dias depois. A justiça o condenou a vinte anos de prisão. Quanto a mim, assim que recebi alta no hospital, meu pai pagou a conta e me disse pra seguir a minha vida, porque fui a ruína da nossa família. Disse que eu não era mais sua filha, que eu estava perdida. - Você então não voltou pra sua casa? - Não. Do hospital fui para uma pensão e comecei a procurar emprego. Ninguém daria emprego para uma mulher numa cadeira de rodas, daí decidi ir pra zona. Deram-me uma carteira de prostituta, um nome de guerra, e é aqui que ganho minha vida. - E sua família, nunca mais soube deles. Seu pai, sua mãe? - Minha mãe morreu e meu pai está num asilo de Belo Horizonte. Todos os meses eu envio dinheiro para as despesas dele. Ele pensa que o dinheiro vem de uma instituição para idosos. Até hoje não me perdoou! Seus olhos se encheram de lagrimas e decidi que não devia mais fazer perguntas. Para desviar o assunto, pedi que me desse a receita do seu licor mágico. Um raio de luz entrou pela fresta da janela anunciando a madrugada. Quando sai do quarto, Vitor estava dormindo no colo de uma prostituta, a maioria dos homens já tinham ido embora. A dona da casa recolhia os copos e as garrafas esparramadas pela sala. Perguntei em quanto tinha ficado a despesa da noite, e ela respondeu: - Não se preocupe, aquele delegado pagou tudo. Pegue o seu dinheiro e compre um lindo presente para sua namorada! Era uma ensolarada e brilhante manhã de domingo e, por coincidência dia dos namorados. Comprei um grande ramalhete de rosas vermelhas e fui entregar para a minha garota com uma declaração de amor, depois disse a ela que meu primo gostaria de conhecê-la, mas disse também que ele era um cara muito chato. - Imaginem se ela daria bola pra ele depois de receber aquele lindo buquê de rosas com uma declaração de amor? Apresentei meu primo para a minha garota como havíamos combinado, e como também havia previsto ela não se interessou por ele, estava apaixonada por mim. E muito mais apaixonada ficou depois que pusemos em prática as lições de sexo com a Camisa de Vênus. Nossas transas ficaram mais intensas, prazerosas e divertidas. Quanto ao Vitor, passou a freqüentar assiduamente aquela casa e acabou cassando-se com umas das prostitutas. Tiveram vários filhos e a mulher se tornou uma das damas da sociedade. Essa mulher, anos mais tarde, o levou a ser prefeito da cidade. Uma grande mulher, que fez dele um grande homem, maior do que já era. Eduardo, nunca mais reatou amizade nem comigo nem com o Vitor e nunca mais soubemos dele. O Delegado, disseram que, três anos depois já tinham se passado, e o seu nome nunca mais foi sorteado. Revoltado, liderou uma campanha para acabar com a zona e as casas de prostituição da cidade. Aos dezoito anos fui para o exercito e um ano depois ingressei na faculdade, só voltei cinco anos mais tarde. Minha garota casou-se com o gerente de um banco e toda vez que ela botava chifres nele, eles viajavam para a Europa ou ele dava um carro novo pra ela. Creio que ele nunca se separou dela porque ela era uma mulher e tanto na cama. Quanto a Camisa de Vênus, gostaria de te-la reencontrado, mas quando voltei à cidade, a campanha do delegado havia surtido efeito e a zona não existia mais. Fui até a casa do Vitor e perguntei para sua esposa, se sabia o nome daquela mulher e onde poderia encontrá-la. Talvez se procurasse pelo nome verdadeiro, eu a encontrasse, mas ela me respondeu: - Ela foi embora e não sei dizer o seu endereço, quanto ao seu nome, se ainda me lembro era só “Camisa de Vênus”!
Esta estória é uma singela homenagem às prostitutas. Tupã-SP 07 de Junho de 2011 13:00 horas Autor: ANTONIO EMILIO DARMASO EREDIA Esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança com nomes, pessoas e situações é mera coincidência.