Autor: Antonio Emilio Darmaso Eredia Tupã/SP - Junho de 2011
Esta é uma obra fictícia e qualquer semelhança com nomes, locais e fatos será por mera coincidência.
ATENÇÃO: Conto não recomendado para menores de idade e pessoas sensíveis e impressionáveis. Contém descrição de cenas fortes de assassinato e de sexo explicito. RESPEITE ESTAS RECOMENDAÇÕES!!!
Prólogo:
Numa delegacia de Policia de uma cidade qualquer: - Doutor, aquele caso do assassinato do fazendeiro...! - Sim, o que tem esse caso? – Perguntou o delegado ao investigador. - Tem um cara ai dizendo que é o assassino. Ele tá dizendo ainda que também matou e estuprou a viúva, mandante do crime...! - Temos mais um réu confesso? Mande ele entrar e toma e depoimento dele, depois veja se o depoimento bate com os fatos. É o terceiro esta semana que se diz assassino do fazendeiro, agora esse matou também a mulher?!
I – O sobrevivente
Jeremias, foi o único sobrevivente de uma série de dez filhos do casal. Cresceu comendo rapadura, mandioca e bebendo leite de uma cabra que ganhou do padrinho. Apesar de não faltar o que comer, tinha de alimentar os vermes da barriga, por isso era raquítico e ninguém apostava que fosse chegar aos doze anos. Mas ele sobreviveu. Aos dezoito anos o Coronel o levou pra cidade para tirar o titulo de eleitor. Jeremias tinha terminado a quarta serie e sabia assinar o nome, e saiu do Cartório Eleitoral, todo feliz, com o titulo de eleitor na mão.
Chegaram as eleições e o Coronel voltou à sua casa. Abraçou Jeremias e lhe disse em alto e bom som: - Jeremias, com o seu voto, serão cento e vinte ao todo. Que não falte ninguém!
Em seguida o Coronel, dono das terras onde moravam, tirou da pasta a cópia da cédula de votação, e concluiu: - Aqui ta uma copia do voto, é só colocar esta cópia em riba do voto que o mesário vai te dar, e riscar um xis dentro desse quadradinho! Desse modo vocês estarão votando no nosso candidato!
Mas jeremias não queria saber do condidato do coronel, achava que o voto devia ser livre e que cada eleitor tinha o direito de escolher em quem votar.
Alavancou uma dezena de jovens que pensava como ele. Aconteceu que na contagem dos votos não deu o total que o coronel previa.
No dia seguinte foram expulsos das terras do coronel.
O coração de Jeremias se encheu de ódio. Ele carregou a espingarda do pai e foi até a sede da fazenda e esperou pelo coronel de tocaia, quando ele desceu as escadarias da casa, apontou e puxou o dedo. A carga do cartucho encheu o peito do coronel de chumbo e ele rolou sem vida caindo aos pés de Jeremias, que assustado saiu correndo.
Um dos jagunços saiu no encalço de Jeremias e quando o alcançou não o matou, disse que fugisse e nunca mais voltasse para aquelas bandas. Deu um tiro para o alto – Agora vai! Vou voltar à casa grande e dizer que atirei em tu, mas que tu caiu na ribanceira e não tive como resgatar teu corpo.
II- Do Nordeste para São Paulo
E foi assim que jeremias, a mãe e o pai, já com idade avançada, tomaram o primeiro pau-de-arara e vieram para São Paulo trabalhar nas lavouras de café. Por aqui nada arranjaram. O velho muito velho não servia para o trabalho pesado, Jeremias muito fraco ninguém dava emprego. Com o pouco dinheiro que a mãe ganhou como faxineira, mudaram-se para o Paraná.
Numa noite de inverno, com febre alta, debaixo de uma ponte o velho pai de Jeremias morreu. Ficou ele e a mãe. O corpo do velho foi sepultado ali mesmo a beira do riacho, e dali foram pra cidade.
Jeremias pretendia entregar jornais e sua mãe um emprego de faxineira.
O sonho de Jeremias era dar uma casa pra mãe. Na cidade parece que seu sonho estava começando a se realizar. No primeiro dia já foi contratado como jornaleiro e sua mãe arranjou emprego num bar, assim ambos comiam de madrugada o que sobrava dos clientes. No final do mês receberam os pagamentos, fizeram compras e foram para casa.
Jeremias tinha um outro sonho. Seu outro sonho era entrar num cinema e ver um daqueles filmes com aquelas moças bonitas que apareciam nos cartazes. Sua mãe o instigou a ir – Vai filho, não vai fazer falta o dinheirinho para você ver o filme! - E Jeremias foi, feliz da vida.
Seus olhos se encheram de lágrimas quando Julieta, pensando que o amado Romeu estava morto, e se matou. Nessa hora, Jeremias levantou da poltrona e gritou – Não faça isso, ele não está morto. Mas Julieta, não o ouviu e cravou o punhal no peito. Assim que terminou o filme, Jeremias saiu correndo, queria contar o que viu para a mãe. Ao chegar no barraco onde moravam, a porta estava aberta e sua mãe estendida no chão. Um malandro qualquer a tinha estuprado e roubado todo o dinheiro e os mantimentos. Jeremias ficou doido.
Apesar do apelo da mãe ele saiu e, de bar em bar, procurou pelo larapio. Em um deles lá estava o sujeito com as compras sobre a mesa tentando venda-las a um outro. Como se não bastasse viu nas mãos do sujeito uma corrente com uma Santa que era toda jóia que sua mãe tinha.
Entrou de mansinho e parou na frente daquele individuo, e perguntou: – Quanto quer por tudo isso seu moço? –O homem olhou para ele, mediu seu tamanho e disse – To vendendo aqui pro cidadão por vinte mil reis, mas pra essa santinha aqui eu quero mais! - Desembucha, quanto tu quer por essa santinha, homem? - Um conto de reis e não tem churumelas! - Pois eu compro tudo por um conto de reis, se tá feito vamos até minha casa que lhe passo o dinheiro todinho! Como o outro homem só se interessou pelas compras, o larapio vendeu tudo, inclusive a santinha, para Jeremias.
Dali saíram e foram em direção ao barraco onde ele morava.
III- A primeira morte
Assim que se aproximaram o homem percebeu que havia caído numa emboscada, largou tudo e saiu correndo, mas não correu mais que Jeremias que o alcançou, matando-o a golpes de faca. Depois de camuflar o cadáver numa vala de enxurrada, voltou para casa e devolveu as compras e a santinha para a mãe.
Mas as mãos de Jeremias, não escondiam o seu crime, porque estavam manchadas de sangue. E ele precisava fugir antes que a policia o pegasse. Ela o abençoou e depois de um longo abraço ele foi embora.
Quando a policia encontrou o cadáver, já estava putrefato e Jeremias há muito no Mato Grosso.
IV – O sonho de Jeremias
Jeremias arrumou em emprego de capataz em uma fazenda na divisa do Brasil com o Paraguai. Ale ele estaria seguro. Se por acaso a policia o encontrasse, bastava atravessar a fronteira.
O sonho de Jeremias era comprar uma casa para a mãe, poder dar a ela um abrigo decente e viver com ela, em paz, até o final de seus dias, mas devido aos crimes que cometeu sabia que isso seria praticamente impossível. Se fosse pego e condenado, ficaria pelo menos trinta anos na cadeia. Nesse tempo sua mãe já teria morrido sem que ele realizasse o seu sonho. Mesmo assim, a casa era possível, se trabalhasse de sol a sol, todos os dias e economizasse cada centavo que pudesse guardar.
Cada salário que recebia, Jaremias guardava no banco, numa conta aberta em nome de um conhecido, porque temia que pudesse ser localizado pela policia.
Os anos se passaram e na conta já acumulava um bom dinheiro. Certo dia, o seu amigo e titular da conta se envolveu numa briga de bar, levou uma facada e morreu. Os filhos abriram o inventario repartiram o dinheiro entre si, e Jeremias perdeu tudo o que tinha juntado. Jeremias no inicio se abalou com a perda. Ficou um tempo revoltado e de mal com Deus, mas logo percebeu que o culpado era ele próprio. Pediu perdão e voltou a juntar dinheiro, mas desta vez não no banco.
Tudo o que ganhava e que podia guardar, guardava em um jarro de barro que mantinha enterrado no fundo do quintal. Quando pensou que já tinha o suficiente para comprar a sua sonhada casinha, desenterrou o dinheiro e pediu a um colega que fosse ao banco para trocar, mas foi ai que descobriu que seu dinheiro não valia mais, devido aos muitos planos do governo.
Mais uma vez Jaremias teve de adiar seu sonho. Começou tudo de novo. Mas com a alta da infração descobriu muito cedo que jamais conseguiria juntar o dinheiro para comprar a casa que queria.
V – A oportunidade de um bom dinheiro
Era um sábado e Jeremias foi até Pero Juan Cavaleiro, onde comprava cousas por um preço bem mais baixo que no Brasil e lá conheceu Hermenegildo, paraibano sobrecenho de pouca fala. Depois de alguns goles de cachaça, Hermenegildo propôs uma empreitada.
Certa fazendeira pretendia eliminar o marido, só teriam de matar o homem. Ambos fariam um serviço limpo para essa tal fazendeira e ela lhes pagaria, em dinheiro contado, doze mil.
Jeremias não desejava mais se envolver em crimes de morte, e a principio recusou. Hermenegildo insistiu – Você não me disse que quer comprar uma casa pra sua mãe, taí a chance. É pegar ou largar! - Jeremias se serviu de mais uma dose de cachaça, e rodou o copo entre os dedos, bem na cara do sujeito, e olhando através do liquido transparente, disse: - Já matei dois, mas por necessidade, nunca por dinheiro! - Pois é, você já fez isso, agora ta na hora de ganhar dinheiro, é serviço rápido e fácil pra quem já matou dois!... - Mas nunca precisei de ajuda pra fazer o que fiz, porque você quer que eu vá com você, vá sozinho e fica com todo o dinheiro!
O cara apesar de ter cara de assassino e de homem mau, começou a tremer enquanto tentava por a pinga no copo. Dava até pra ouvir o tilintar da garrafa tocando no copo. Jeremias então, tomou a garrafa da sua mão e o serviu. - Você não quer fazer sozinho porque nunca matou ninguém, não é mesmo? – Perguntou olhando- o nos olhos. Hermenegildo confessou que, de fato, nunca havia matado ninguém. Assim que Jeremias encheu o copo, ele o virou de uma só golada e falou: – Mas eu tenho a pessoa que encomendou o serviço e você é capaz de fazer o que ela quer, assim podemos ser sócios nessa empreitada! - To fora! – disse Jeremias. Levantou-se e foi embora. Mas a proposta daquele sujeito não lhe saia da cabeça.
Durante a noite ficou pensando da mãe e em sua vida sórdida. Fazia anos que não saia daquela miséria crônica e, já sabia que com o que ganhava por mês, devido a galopante infração, jamais realizaria os seus sonhos.
Durante dois dias rolou na cama sem conseguir dormir. Era uma terça a tarde quando decidiu procurar Hermenegildo. O encontrou num bar totalmente embriagado, e o levou para o seu barraco e esperou até que saísse da bagaça. No dia seguinte, tomou a cela pra dois cavalos e foram até a dita fazendeira acertar o negócio.
Sobre a mesa da sala onde foram recebidos havia vários pacotes de dinheiro. Disse a mulher que assim que dessem provas do serviço concluído era só voltar e levar a grana que já estava ali para ser entregue a eles. Jeremias que nunca sorriu na vida, teve de conter um sorriso. Olhar para aqueles pacotes de dinheiro, aguçou a sua ganância.
Ficou até surpreso consigo mesmo, pois sempre se considerou um cabra honesto e trabalhador. Se havia matado dois homens foi porque eles mereciam morrer, mas o dinheiro lhe dava uma satisfação diferente. Por um instante olhou para o companheiro e passou pela sua cabeça não repartir nada daquela grana. Afinal quem ia fazer o serviço era ele, pelo menos merecia uma parte maior.
No caminho pararam em um boliche da beira da estrada e beberam até as tantas. Já amanhecia o dia quando decidiram ir embora. Hermenegildo exagerou como sempre e mal conseguia parar sobre o cavalo.
Para encurtar caminho decidiram enveredar pelo meio do cerrado. Em um arbusto rasteiro uma casa de marimbondos selou o destino de Hermenegildo. Atacado a ferroadas, o cavalo disparou, e o malfadado cavaleiro, embriagado que estava, perdeu o controle das rédeas. O galho tortuoso de uma árvore acertou-lhe de cheio na garganta, causando-lhe um ferimento de morte.
Quando Jeremias chegou onde ele estava, ainda o viu agonizando, sem quase poder respirar por causa do pedaço de galho atravessado na traquéia. Nada podia ser feito - pensou Jeremias - a não ser esperar até que terminasse de morrer.
Uma morte horrível e dolorosa que Jeremias assistiria com macabro prazer. O serviço para o qual foram contratados seria feito, mas não teria que dividir o dinheiro com o companheiro. Montou no cavalo e foi embora assobiando, deixando-o agonizando.
VI- A ferramenta de trabalho
Quando chegou na fazenda onde trabalhava foi direto até a sede e pediu a conta. Recebeu o que tinha de receber e dali foi a pé para o Paraguai comprar o que chamou de “sua ferramenta de trabalho”.
Escolheu uma arma do tipo Magnum 0,50, de titânio, cano longo de dez polegadas, cinco tiros, uma boa luneta, muitas caixas de munição e uma faca tão afiada que podia cortar os pelos do braço como se fosse uma lamina de barbear.
Dali saiu e foi até um artesão que lhe indicaram, para trocar o cabo sintético do revolver por um de madeira esculpida de modo a dar melhor apoio a sua mão.
Depois foi receber aulas de tiro. Seu instrutor lhe ensinou todos os segredos de um bom atirador. Ao termino de uma semana, Jeremias podia acertar uma moeda jogada para o alto ou o centro de qualquer alvo a trinta metros de distância. Era agora um novo homem, tornara-se um profissional.
Estava equipado e pronto pra ganhar dinheiro. Assumiu uma postura confiante, tornou-se um homem de pouca conversa e decidiu parar de beber.
Jeremias marcou o dia em que o homem deveria morrer.
Aproximou-se o mais que pode da casa, mocosado em um terreno baldio, de onde podia estudar cada passo da sua vítima usando a luneta e anotava todos os seus movimentos. Quem entrava, quem saia, a hora em que entravam e a hora em que saiam.
Teve um dia em que se aproximou e chegou a falar com ele, para certificar-se de que era mesmo a pessoa que deveria matar.
No dia em que achou propício, horas antes foi até uma igreja, ajoelhou-se e pediu perdão pelo que ia fazer.
VII – O encontro com a vitima
Na hora escolhida, foi até a casa da vítima, tocou a campainha e em seguida saltou o muro, escondendo-se na parede ao lado da porta. Sabia que naquele dia e hora, o homem estaria sozinho e com certeza viria atender. Dito e feito. Quando o homem abriu a porta, Jeremias o rendeu.
Dentro de casa, o amarrou com uma corda e o pos de joelhos. Apontou a arma para a nuca da vitima, mas não atirou. Não achou que fosse justo morrer assim, então deu a vitima a oportunidade de um ultimo desejo.
Viu isso em um dos filmes que assistiu e achou que deveria agir assim, e assim fez. - Já que vou morrer quero saber quem o mandou? - Perguntou o homem mantendo a cabeça baixa. Jeremias hesitou, não sabia se mantinha a identidade da mandante em segredo ou se a revelava. Por fim disse: - Foi sua mulher, doutor! - Eu sabia!... – disse o homem – Só podia ser ela! - Agora vamos parar com essa conversa, doutor, que eu preciso fazer o meu serviço...! – Encostou o revolver novamente na nunca do condenado. - Eu lhe dou o mesmo tanto que ela combinou lhe pagar, pra você mata-la, aceita? Jeremias aliviou o cano do revolver e por um instante pensou – Se eu vou matá-lo, como ele ira me pagar? – Encostou novamente o revolver na nuca da vitima e disse: - Morto não paga ninguém, se eu aceitar o serviço como vou receber depois? – E engatilhou a arma. - Leva o dinheiro agora! Mais uma vez Jeremias aliviou a cano, foi para frente da vitima e disse: - Se tu ta me levando na conversa vou matar você agora cabra da peste! - O dinheiro ta no cofre, tem muito mais do que ela lhe prometeu, pode ficar com tudo, só quero ter certeza de que vai fazer o serviço! - Então abre essa bodega, se for verdade o que ta me falando, pode deixar doutor, que a sua mulher vai encontra-lo ainda hoje no inferno.
De fato havia muito mais dinheiro no cofre do que Jeremias podia imaginar. Jeremias prometeu que faria o serviço e finalmente terminou o que veio ali pra fazer.
Jeremias retirou do cofre somente os doze mil que havia combinado, dali pulou o muro dos fundos da casa, e quando a policia chegou no local ele já estava longe rumo a sua segunda empreitada.
A SEGUNDA E DERRADEIRA EMPREITADA
No dia seguinte todos os jornais noticiaram a morte do fazendeiro, era a prova que Jeremias precisa pra receber o seu dinheiro. Foi até a casa da mulher e ela lhe entregou doze mil, contados na sua frente. Desse dia em diante Jeremias passou a estudar os passos da sua próxima vítima.
No dia que entendeu ser apropriado, fez o mesmo procedimento, tocou a campainha, pulou o muro e aguardou do lado da porta, a mulher abriu e ela a rendeu. Entraram, ela assustada pensava que ele queria mais dinheiro. Ele então lhe disse que estava ali para cumprir uma promessa feita ao seu marido na hora da morte.
A mulher estava em pânico e tentou lhe comprar com mais dinheiro. Quando viu que não tinha como escapar de seu destino cruel, abriu o vestido e se ofereceu para ele.
Jeremias tinha saído com muitas prostitutas, mas nunca vira uma mulher como aquela. - Você disse ao meu marido que ele tinha direito a um ultimo pedido, pois eu tenho um...! – Disse a mulher em tão de desespero. - Pois fale! – Disse-lhe Jeremias e concluiu – Acho que a senhora ta com a razão, direitos são iguais! - Me possua! - Não sei o que é isso não, dona! – Disse Jeremias até que meio encabulado. - Me come, me enrabe, faz comigo o que faz com suas mulheres! - Que pedido mais estranho. Ta ai pra morrer e pensa em fazer sexo? - Jeremias ficou indignado.
Claro que ela só queria ganhar tempo e, quem sabe, sendo generosa na cama, ele desistiria do seu intento, deixando-a viver. Então Jeremias, desabotoou a camisa, depois abaixou as calças e expor seu membro viril um tanto avantajado. Ela se aproximou e o acariciou, depois começou a chupitar de uma forma tão boa que levou Jeremias a delírios.
Por um momento pensou em desistir de tudo e se entregar aquela mulher, especialmente quando ela se atirou na cama e abriu as pernas. Um calor dominou seu corpo e ele se atirou sobre ela e a penetrou. Quando ela mordeu sua orelha, quase a decepando, ele a esbofeteou num ato impensado e ela delirou de prazer. Jeremias não era do tipo que gozava fácil e ela s edeliciou com isso e teve muitos orgasmos. A proximidade com a morte lhe dava um redobrado prazer.
- Faz sexo anal comigo, faz!! - Disse a mulher com irresistivel sensualidade. Jeremias não sabia o que significava a palavra anus, mas logo entendeu quando ela se posicionou de quatro sobre a cama, expondo-lhe aquele belo trazeiro.
E êle a penetrou por traz arrancando gritos de dor. Jeremias era bem dotado e com certeza doeu muito porque ela gritava, mas pedia mais. E ele socava para dentro aquele enorme membro viril e dava-lhe palmadas fortes nas nádegas. Mas ela pedia mais. Era uma mulher insaciável. Jeremias sempre sonhou com uma mulher assim, detentora de uma tara incurável e gozou. Gozou como nunca tinha gozado no traseiro de uma mulher.
Trepar com uma mulher dessas era tudo o que desejava e chegou pensar em voltar na casa onde executou o seu marido, recolocar o dinheiro no cofre e desistir de tudo. Além do mais, para esse serviço tinha se esquecido de entrar numa igreja para pedir perdão. Mas ai viu à sua frente o marido dela, aquela aparição era muito real para ser imaginação. A figura do homem que ele havia assassinado, ganhou vida ao lado da cama e gritou-lhe nos ouvidos cobrando pelo o serviço para o qual ele fora contratado.
Jeremias, fechou os olhos, para se livrar do fantasma, mas ao abri-los, o homem ainda estava lá. Só ele o via, mas estava ali, sensurando-o por estar trepando com a viúva, sua mulher, a mandante do crime.
A faca estava na cinta e Jeremias com as calças arriadas. - A faca!... - Disse o fantasma - ...Use a faca! - e a faca estava ao alcanse de suas mãos, ele a pegou, e num ato inopinado, sem que a mulher tivesse qualquer reação, ele cortou-lhe a garganta no mesmo momento em que ela se aproximada para beijar-lhe a boca, ainda sedenta por mais sexo. O sangue esguichou tingindo de vermelho tudo a sua volta, e o fantasma do marido assassinado foi desaparecendo de sua frente enquanto ressoava suas gargalhadas!
- Traidora, te vejo no inferno... ah! ah! ah!
IX- O arrependimento
Como não houve tiro, Jeremias tomou um banho, lavou-se do sangue e saiu de lá pela porta por onde entrou.
Passou diante de uma igreja e parou. Uma mulher que pensou fosse a sua mãe olhou para ele e entrou. Era sua mãe, Jeremias podia jurar que a tinha visto e entrou na ingreja também, mas na ingreja não havia ninguém. Apenas uma cruz com o Cristo Cruxificado. Lembou-se do pai quando este lhe ensinava os dez mandamentos e em sua menteouviu a voz de seu pai dizendo "- não mataras!". Ele havia se tronado um matador de aluguel. Tirava vidas por dinheiro. Sentiu um tremendo remorso.
Lembrou-se dos homens que havia matado. Os dois primeiros foi por motivo justos, o terceiro ele pediu perdão antes de mata-lo, mas - e aquela mulher?
O fato de ter matado a mulher sem antes ter pedido perdão pelo que ia fazer o atormentava. O fato de te-la possuido o atormentava.
Um padre veio até ele: - Tem algo e me dizer filho? – Perguntou o cura com uma voz de ternura. Por um instante Jeremias pensou ter ouvido a voz de seu próprio pai.
Quando levantou os olhos viu que era só o padre, mas que o olhava com ternura e bondade. Depois de tantos anos, naquele momento em que ele pensava não merecer, alguém o olhava com bondade.
Ele se ajoelhou e confessou suas mortes epediu perdão. - Deus o perdoa, filho meu, mas você deve entregar-se a justiça dos homens para pagar pelos seus erros. Dali Jeremias saiu e foi até a delegacia confessar os assassinatos. E foi pela sua confissão que conhecemos a sua historia.
Quando o Delegado o interrogou narrou todos os detalhes de cada um de seus crimes, mas, apesar das evidencias o delegado não o prendeu, naquela semana várias pessoas haviam estado lá dizendo-se assassino do fazendeiro, quanto ao assassinato da mulher, precisavam confirmar. Enviou alguns investigadores até a casa da mulher e pediu para que Jaremias aguardasse. Se os fatos confirmassem a sua historia, então lhe daria voz de prisão.
Jeremias saiu da delegacia e ficou aguardando no jardim à frente do prédio caminhando de um lado para ou outro. Seu coração estava de certo modo aliviado. Dali seria preso, julgado e condenado, assim pagaria pelos seus crimes como achava que seria justo pagar.
Uma pessoa se aproximou e ele não a viu e se a viu não lhe deu a devida importância.
Essa pessoa vestia com uma capa preta de chuva, tipo oriental, com capuz, que lhe cobria da cabeça aos pés, de modo que não lhe era possivel ver o rosto. Embora fosse estranho alguém vestido assim num dia de agosto, sol quente e muito vento, Jeremias a ignorou. Deu-lhe as costas.
Lembrou-se de que não podia ser preso com todo aquele dinheiro, a paga pelos crimes cometidos. Precisava esconde-lo num lugar onde sua mãe pudesse encontrá-lo. Meteu a mão no bolso e retirou os dois pacotes. Aquele dinheiro precisava chegar até sua mãe para que comprasse a casa dos seus sonhos. Mas naquele momento, tinha que coloca-lo em um lugar seguro, depois daria um jeito de avisa-la para que desse um jeito de resgata-lo.
No jardim em frente à delegacia havia muitos vasos que já estavam ali fazia anos e certamente não seriam removidos dali por outro tanto de tempo. Abaixou-se para camuflar o dinheiro embaixo de um desses vasos de flores do jardim, quando a pessoa, envolto na capa preta, o chamou pelo nome.
Jeremias, com os dois pacotes de dinheiro na mão, levantou-se e olhou para aquela figura estranha. Deve tê-la reocnhecido porque seus olhos brilharam. Por uma fração de segundo pareceu estar surpreso.
Uma fração de segundo e não mais, uma lâmina de faca afiada brilhou no ar, e antes que pudesse esboçar qualquer reação, a lamina transpassou-lhe a garganta, e ele caiu na porta da delegacia agonizante e sem poder pedir por socorro. O dinheiro, paga dos crimes que cometeu, foi levado pelo forte vento que soprava e com e ele o seu sonho.
O homem da capa preta deixou o local sem ser visto, sem ser molestado. Quando os policiais voltaram já com a confirmação de que Jeremias era mesmo a assassino, ele já estava morto. Sairam no encalso do misterioso homem da capa preta, mas só encontraram a capa.
Quem teria assassinado Jeremias ninguém, sabe ninguém viu. Até hoje não foi encontrado. Há duas hipoteses, dos que dizem que foi Hermenegildo, outra de que foi morto por um fantasma de suas vitimas. Cá entre nós, ficamos com a primeira que é a mais provável.
Final:
Quando Jeremias deixou Hermenegildo com a garganta traspassada no meio do cerrado, deixou-o agonizante, mas com vida. Um boiadeiro que ia passando prestou-lhe socorro. Hermenegildo se recuperou, perdeu a voz, mas ganhou coragem para matar. Ele era o homem da capa preta, que por vingança pôs fim aos sonhos de Jeremias.
Fim!
"Aquele que vive pela espada será morto pela espada"
Esta é uma historia de ficção e qualquer semelhança com nomes, pessoas ou fatos reais, será mera coincidência.