A NOIVA VIRGEM Conteúdo adulto moderado não recomendado para menores de dezesseis anos!
Aconteceu no ano de 1972, na cidade de Marília, Estado de São Paulo. Estávamos eu e um primo meu. Ele, dono do carro e quem pagava a conta, afinal, naquela época, eu ainda era estudante e estudante não tinha dinheiro prá nada. Saímos para arranjar umas garotas (sim, naquele tempo nos referíamos às jovens por "garotas"). Na verdade estavam em duas, uma para cada um, do tipo que deixava rolar (liberal). A noite de quinta-feira não rendeu nenhuma transa. Fomos a todos os colégios e faculdades da cidade e nada. Mas hoje era sexta, e sexta-feira, sempre é diferente. Onde tem faculdades é o dia em que todos se reúnem nos bares e botequins depois da aula. Em bar, proximo a um cemitério, avistamos duas sozinhas em uma mesa, uma era loira de uma beleza estonteante, parecia ter saído da capa de uma revista e a outra de pele mais bronzeada, cabelos escuros e, cá entre nós, nenhum atrativo em especial. Sozinha ninguém sequer olharia. Passamos e sorrimos para elas, as duas corresponderam. Demos uma ultima volta na quadra antes da abordagem, para acertar quem ficaria com quem. Propus que deveríamos deixar as coisas rolarem e que elas nos escolhessem. Esse meu primo, não aceitou, argumentou que era o dono do carro e que estava pagando a conta. - Tudo bem, disse eu, até porque não tinha escolha diante de argumento tão forte e tão convincente. - Olá! Vimos vocês duas e não conseguiria ir para casa sem antes trocar umas palavras. Vocês podem até achar essa cantada velha e brega, mas pensem, os tempos eram outros. Elas sorriram e nós sentamos à mesa, para uma Cuba-Libre (lembram? – para quem não sabe é Run com Coca-Cola, gelo e rodelas de limão). Quase meia noite quando as convidamos a sair dali para um lugar mais aconchegante. Esse lugar, que chamávamos de “Republica das Inciadas" ficava em uma chácara próxima à cidade. Meu tio não ia na chacara a noite e nós a suavamos a vontade. E lá que fomos os quatros. Meu primo atarracado à loira estonteante como carrapato e eu... bem, não fui muito com a cara da morena, nem ela com a minha. Sentamos um de cada lado, no banco traseiro do carro e ela ficou olhando prá lua e eu contando os postes da estrada. Na casa, a loira e meu primo que já tinham passado pela fase das preliminares no carro foram direto para o quarto e eu fiquei pensando no que fazer. Ficar olhando prá lua, ou partir para o abate. Decidi: - Bem, se chegamos até aqui, não vamos ficar só olhando. Se tiver que dar deu, senão tiver que se dane. - Escuta, sei que parece que não fui do seu agrado. Sem problemas, mas não precisamos ficar um olhando para o outro como dois animais que se estranham. - O que você quer que eu diga? - Não precisa dizer nada, mas podíamos fazer o que a sua amiga e meu primo estão fazendo. - Nossa, que coisa mais feia. Nunca ninguém me passou uma cantada dessas. Horrível. - Desculpas! Certo? Não devia ter dito... senta aqui do meu lado, esquece o que eu disse e vamos olhar a lua juntos. Sentamos na varanda em uma dessas cadeiras de ripas para três pessoas. Ficamos olhando para a lua sem dizer uma palavra. Passada meia hora ou mais, meu pescoço já estava doendo e eu já tinha contado mais de cinco mil estrelas, quando uma brisa fria a fez encolher-se. Ofereci-me para aconchegá-la. Ela se aproximou e me permitiu envolve-la nos braços, em seguida encostou a cabeça no meu ombro. Senti um cheiro. Percebi um cheiro de fêmea que até aquele instante não havia sentido. Olhei de perto para seus olhos e vi, que ela era bela. Uma bela mulher de uma beleza radiante, diferente. A luz da lua parecia ressaltar seus traços. Seus labios eram um convite à perdição. Prestando melhor atenção, por de traz daquele vestido escorrido, havia um corpo perfeito. Magro e com todas as curvas no lugar. Arrisquei. Com cuidado, mas, tinha que arriscar. Afinal, quem rejeitaria um agrado, sem segundas intenções (já que são estas as primeiras intenções). Ela aquiesceu em silencio e meus dedos a tocaram de leve no rosto. Uma caricia aqui, outra ali e de repente, não sei como (ou sei, sei lá) estávamos fazendo algo tão intenso, tão espontâneo, que parecíamos dois alucinados. Dali para a cama foi só carregá-la no colo. Sim, naquele tempo dava até prá carregar alguém. Na cama... - me perdoem mais esta vez - até gostaria de descrever todos os detalhes, mas não posso. Não aqui neste site, porque crianças podem ler. Para que tenham uma idéia, lembram do filme “Império dos Sentidos”? - Pois bem, o que acontece no filme nem tem sentido quando comparado com o que aconteceu entre nós naquela madrugada. Quando ameacei por naquele lugar ela logo inteceptou com a mão dizendo não, mas aquiesceu em se posicionar de quatro. Um pouco de saliva, um gemido e depois de muitos gemidos, o apogeu. Só uma coisa me deixava intrigado. Aliás, me deixava maluco. Aquela coisinha roxinha, bem feita, aparentemente apertatinha e lubrificada, depois de tudo, não me foi autorizada. Quiz saber saber por quê? – Ela nada respondeu. Sorriu, e pude ver duas covinhas que se formavam uma de cada lado da sua boca deliciosa. Quando por volta das cinco da manhã, relaxados e soltos pelos lençóis embolados, ela acordou de sobressalto e desesperada pediu para que a lavasse para casa. Tamanho era o desespero, que eu não podia entender. Acordei meu primo e a outra moça, enquanto ela já se dirigia ao carro, calçando os sapatos, descabelada e ainda com algumas peças de roupa para vestir. Saímos de lá o mais rápido que conseguimos e, durante todo o trajeto ela estava visivelmente afoita, pedia para acelerar mais. Lá fomos nós, dando tudo o que podia naquela estrada imprópria para altas velocidades, até parar em frente a sua casa. Ela desceu do carro e nem ao menos se despediu. Fiquei chocado, sem entender. Esperei que a loira calma e serena se despedisse com um beijo prolongado no meu primo e, quando ia descer do carro perguntei: – Que deu na sua amiga? A loira sorriu e só me respondeu: - Compromissos! – E foi embora. Voltando para casa meu primo queria saber como tinha sido meu caso com a morena e eu lhe disse - Vamos fazer o seguinte: você não me conta o que fez com a sua e eu não lhe conto o que fiz com a minha. Na verdade ele estava preocupado comigo, porque até o que ele sabia, eu e a morena não nos entendemos de primeira e, quando tudo aconteceu, ele e a loira já estavam dormindo. Naquele mesmo sábado, por volta das sete da noite, fomos à missa (jovens iam à missa). Chegamos na hora em que acontecia um casamento. Uma noiva de branco como todas as noivas, morena, linda, de uma beleza sem igual deixava o altar de braços com o noivo. A cerimônia já havia terminado e ficamos esperando os noivos saírem. Uma loira de uma beleza igualmente estonteante ajeita-lhe o véu para que tudo ficasse bem nas fotografias. Os noivos passaram sob uma nuvem de arroz. Ela olhou para mim, sorriu e pude ver duas covinhas que se formavam uma de cada lado da boca. Um frio percorreu minha espinha, porque eu conhecia muito bem aquele sorriso e aquelas covinhas. Conhecia também muito bem aquela boca. Entendi então o porquê de tanta pressa naquela madrugada de sábado. Agora eu sabia qual era o seu compromisso. O que eu queria e nãop tive estava reservado para o futuro marido. Pelo menos, sem reserva e sem pudores, a mim ela deu tudo o que havia de bom e com certeza dentro de si carregava um pouco de mim, mas a virgindade era para o noivo. Seu nome eu não sei por isso a chamo de A noiva virgem.