CONTO NÃO RECOMENDADO PARA MENORES. CONTÉM CENAS E ILUSTRAÇÕES DE SEXO EXPLICITO. Durante o dia choveu muito e a metereologia prometia o mesmo para a noite. Não creio que passasse das 22 horas e nesse horário a chuva que caiu sobre Dourados, havia dado uns minutos de trégua quando a encontrei com seu fusca atolado na lama, sem condições de sair do atoleiro. Parei o carro na Avenida, a única pavimentada, e fui a pé até onde ela estava, desanimada e sem poder sair dali, baixou o vidro e implorou ajuda. Seria pouco elegante ou simplesmente injusto da minha parte, deixar uma jovem em apuros sem o devido amparo e me ofereci para empurrar o carro. - Creio que se você engatar segunda e acelerar bem devagar, mantendo meia embreagem, com a minha ajuda removeremos o seu carro. Pode fazer isso? - Creio que sim. Muito obrigada. Estava pensando em deix-lo aqui e ir embora a pé, mas está no meio da rua. - Vamos tirá-lo daí num instante. Não acelere demais senão vou tomar um banho de lama. E lá que foi, engatou segunda marcha e acelerou. O carro começou a se mover para frente e ela entusiasmada por estar saindo do atoleiro, acelerou ainda mais... e eu tomei um banho de lama da cabeça aos pés. - Ai, meu Deus, desculpe. Acho que acelerei demais. - Não se preocupe, estou longe de casa, mas aqui perto tem um motel, vou até lá tomo um banho e troco de roupa, em uma hora tudo estará como antes. - Posso ir com você? - No motel? - Sim, porque não, afinal fui eu quem o deixou cheio de lama. - Desculpe quantos anos você tem? - O suficiente para saber o que devo fazer. Vou deixar o carro ali na frente. Me segue, depois vamos no seu. Ah! Pode deixar que eu pago as despesas, afinal você me ajudou e olha como o deixei. Naquele momento nenhuma da melhores intenções passou pela minha cabeça. Apenas queria mesmo era tomar um banho, trocar de roupas e seguir o meu destino. Se ela queria pagar por uma hora de motel, nada mais justo, afinal, se tivesse mantido o motor em baixa rotação, nada daquilo teria acontecido. Algumas quadras adiante ela estacionou o carro em um posto de abastecimento. Estava procurando uma fita com musicas Paraguaia, quando ela abriu a porta e sentou-se. - Podemos ir! - Está certa de que quer mesmo fazer isso? - É o mínimo. Devo-lhe essa! Dali seguimos até um de dois motéis que havia na cidade. Entrei com o carro na garagem, fechei a cortina e abrimos a porta do quarto. Ela correu e se atirou com graça na cama, para admirar-se refletida no espelho do teto. Só aí percebi o quanto seus pés estavam sujos de lama. Quem vive naquela cidade sabe o quanto grudento é o barro de lá. Pouco antes de eu chegar ela descera do carro e o barro grudou em seus pés. - Você também não está nada limpa, quer tomar banho primeiro? - Não! Vá você, enquanto vejo TV. Entrei no banheiro, tirei a roupa e liguei o chuveiro. O som da televisão denunciou que ela estava vendo um canal pornô. - Tudo bem, afinal, quem nunca parou para ver um filme pornô, especialmente num motel? - Decidi que vou tomar um banho também...! Sua voz soou bem próxima. Virei para a porta, retirando a espuma dos olhos e lá estava ela, nua, com um sorriso maroto nos lábios. A primeira reação que tive foi tapar minhas partes pubentas, mas ela avançou Box adentro, empurrou-me contra a parede e deixou a água da ducha banhar seus seios. Retirou minha mão, tocando-me intimamente e com delicadeza. Meu coração acelerou e a voz sumiu. Preciso confessar que, por um instante, fiquei sem qualquer outra reação. Depois pensei: - O que mais poderia esperar ao levar uma garota para um quarto de motel? Mas, que merda, não era uma garota, era uma pessoa que eu havia ajudado a desencalhar o carro. - Eu sempre quis fazer isso? - O que? Ir a um motel com um cara? - Não! Tomar a iniciativa..., ser a caçadora e não a caça... ver como os homens se sentem diante de uma mulher ousada... que assume o que deseja... busca o que quer! Sua voz estava rouca, um pouco embargada, visivelmente excitada e os ferormônios explodiam inundando o ambiente. Podia descrever os próximos vinte minutos com palavras de baixo calão, dando ênfase aos mínimos detalhes do acontecido, mas não convém, não sei quem estará lendo este texto, por isso direi apenas que foi a melhor felação desde os tempos de Sodoma e Gomorra. O resto fica por conta da imaginação de quem lê. Do chuveiro pra cama, uma garrafa de chanpagne, três caixa de preservativos e quatro horas depois, lembramos que fomos ao motel apenas para tomar banho. Saímos, e é claro, não permitiria que pagasse a conta, mas ela insistiu e decidimos dividir meia a meia. Ao chegar no posto onde ela havia deixado o carro - cadê o carro? Já era de madrugada e naqueles dias os postos fechavam a meia noite. Um desespero abateu-se sobre aquela garota. A antes caçadora, ousada, destemida, tornou-se uma criatura frágil, visivelmente acuada e infeliz. A essa hora da madrugada, chegar em casa e relatar o fato ao pai, dar explicações para o fato de ter deixado o carro em um posto de gasolina. Não sabia como. Decidimos que passaríamos em frente a sua casa, talvez todos estivessem dormindo ainda e ela entraria pé ante pé e não teria de explicar nada a ninguém. Ao acordar com os berros do pai perguntando “cadê o carro” diria “– deixei-o estacionado na frente ontem a noite quando Cheguei!” – uma queixa de furto e tudo bem. - Fazer o que? Rumamos para sua casa, e para nossa surpresa o carro estava na garagem. Seu irmão ao passar pelo posto e ver o carro estacionado sem ninguém, usou da chave reserva e o levou para casa. Havia luzes acesas e movimentos de pessoas na cozinha. Não dava prá entrar sem ser vista. Além disso falar o que sobre o carro? Saímos sem destino. Para tranqüilizá-la eu disse que pensaria em algo, mas na verdade não conseguia pensar em nada. - Como posso chegar em casa e explicar tudo ao meu pai? Aflita perguntava a si mesma. Um lampejo de mau pensamento passou pela minha mente. Sinceramente, comecei a pensar que tinha caído no “golpe da barriga”. Essa malandrinha estava a espreita de um pato e eu caí como luvas em sua mão. Por outro lado, não a conhecia de antes. Tudo aconteceu ao acaso. Ou eu seria um pato qualquer que caiu na armadilha da caçadora? Um turbilhão de pensamentos pouco otimistas passava em minha mente e a pressão crescia e eu já não sabia mais o que fazer. Pedir ajuda a Deus, não seria apropriado, não achava justo meter Deus, num assunto desses. Eu tinha me metido na enrascada e precisava encontrar como sair, por meus próprios meios. Ai pintou uma idéia brilhante, por parte dela: - Fácil...! – Disse ela. - Diremos que estávamos jogando baralho e que a noite passou e nem percebemos! -Tá! Mas, na casa de quem ficamos “jogando baralho” caso eles queiram se certificar de que a nossa historia seja verdadeira? -De alguém que você conheça e possa nos ajudar! Pensei, pensei, e só havia uma pessoa que poderia me ajudar num momento desses. Toquei rapidinho pra casa dela. O portão estava trancado e tive de pular o muro, bati três vezes seguidas em sua janela. Essa era a nossa senha. Insisti uma cinco vezes para ela atender. Abriu a janela – Isso é hora, porque não veio mais cedo... Vou abri a porta, entra! - Bom dia meu amor... Por um instante parei para apreciar a silhueta daquela bela mulher. Um baby doll vermelho meio aberto deixava a mostra um par de seios fartos e a calcinha preta dava o toque final de sensualidade que me tirou o fôlego por um instante. Pedi as chaves do portão, abri e pedi para a garota que entrasse. - Esta é a...! Nem mesmo terminei a frase e tomei uma porta na cara, a tempo de ouvir poucas e boas. - Cafajeste, safado, filho da puta... sai com outra e ainda tem o descaramento de vir com ela na minha casa? - Calma! Me deixe explicar... É um caso de vida ou morte... (creio que naquele momento era mais de morte do que de vida). Nisso ela abriu a porta e agarrando a garota pelo braço a puxou para dentro. Quando tentei avançar para entrar junto, tomei outra portada na cara e esta quase que me quebra o nariz. Foram dez, quinze, vinte minutos ou mais de silêncio. O vento da manhã soprava gelado e eu já não sabia se estava tremendo de frio ou de tudo o que estava acontecendo ou por acontecer. Mais cedo ou mais tarde Magdalena teria de abrir a porta e falar comigo e então poderia esclarecer o meu lado na historia. Finalmente a porta se abriu e, Magdalena já não se mostrava mais aquela beldade estonteante, mas uma mulher de cara fechada, com um roupão cor de rosa, cobrindo o baby doll vermelho, que a contragosto me deixou entrar. Sobre a mesa uma garrafa de café, pães e frutas. - Então o engraçadinho arruma a encrenca e quer que o salve? - Má, me deixa explicar...! - Nem se atreva a abrir a boca, vou fazer o que tem de ser feito por ela... A propósito, me chamo Magdalena. “Má” só para os íntimos e, neste momento, não lhe dou esta liberdade. Fiquei em silêncio. O melhor argumento nessas horas é ficar de bico calado. Sabem como é... Acertado o álibi do jogo de baralho, e minha amiga tendo aceitado fazer prova do “fato”, fomos enfrentar as feras, o pai e a mãe da moça. Magdalena não foi, disse que se precisasse iria para esclarecer a nosso favor. Quando saímos, beijinho, beijinho, as duas já se tornaram amigas. A moça um pouco mais aliviada e até sorridente. Quer dizer, ela sorria aliviada. Quanto a mim, meus maxilares estavam travados, o que me impossibilitava rir. Sem contar que não havia nada de engraçado, já que resolvido esse problema teria de enfrentar outro maior com Magdalena. As luzes acesa na cozinha era a mãe dela preparando o café. Estacionei o carro, respirei fundo. A hora da verdade (da nossa verdade) tinha chegado. Ela saiu do carro e eu fiquei ainda alguns segundos sem me mover, tempo suficiente para repassar todos os acontecidos da noite e tentar entender como havia me metido nisso tudo. - Coisas do acaso? Entramos e ela foi de encontro a mãe, cumprimentou-a, beijou-a no rosto e sorridente olhou para mim: - Mãe, este é... Como é mesmo o seu nome?... Apressei-me a estender a mão para cumprimentá-la e fui logo convidado a sentar à mesa. Até então nada de perguntas “– onde é que você esteve pra chegar a essa hora?” - Fiquei esperando. Se a reação não veio da mãe certamente viria do pai, que talvez não tivesse se levantado ainda. Até antevia a sua reação apontando um enorme trabuco pra minha cara e, com os olhos esbugalhados e os dentes arreganhados, dizendo e cuspindo em cima de mim: “- Ficou com ela uma noite inteira, agora vai ter de ficar com ela a vida inteira!” Ficamos eu e aquela senhora sozinhos na cozinha enquanto a jovem, cujo nome também não sabia, foi tomar banho e trocar de roupas. - Minha senhora, creio que devo ir, logo seu marido... Seus filhos...! - Não se preocupe, tome o seu café. Meu marido tem um arrendamento prá frente de Cuiabá, faz uns dez dias que foi prá lá e só voltará daqui uns quinze dias. Meus filhos... você não os conhece... – e virou-se para pegar o bule para servir-me mais uma chegará de café. Quando ela disse “meus filhos você não os conhece” pensei logo em uma meia dúzia de brutamontes, peludos, com os braços mais grossos que minhas pernas. Daqueles que abrem garrafa de cerveja com o polegar. Quase me engasguei com a última rosquinha. Decidi que deveria justificar a ela o fato de termos chegado tão tarde. Se contasse, ela contaria aos irmãos da moça, enquanto isso eu já estaria longe dali. - Minha senhora... – chamei-lhe para que me desse maior atenção – creio que devo explicar o fato de eu e sua filha termos chegado... - Ela logo me interrompeu – Já sei, estiveram jogando baralho na casa de uma amiga até de madrugada?... Não posso negar a surpresa - Ela... a sua filha... já explicou à senhora? - Não! Mas, é a historia que ela conta sempre quando chega tarde em casa.
UMA NOITE CHUVOSA – Parte II A chuva caia de mansinho quando deixei a casa, nem me acorreu despedir-me da garota que ainda estava no banho. Na verdade creio que nem me despedi da mãe dela, tão atordoado que estava. Com uma ponta de dúvidas de que aquele episodio da noite renderia outros capítulos, entrei no carro, respirei fundo para encontrar um certo alivio, mas outros pensamentos se ocuparam ligeiros para me tirar qualquer resquícios de tranqüilidade. Tinha agora um problema maior: enfrentar a fera da Maglaine. A chuva estava bem mais intensa, quando parei em frente a casa dela. Entrar ou não entrar, essa era a questão. Enfrentar ou ir embora e esquecer as duas. Uma, a da noite, não me convinha e minha adorável “Ma” talvez não me quisesse mais. Sai do carro disposto e cair sob seus pés e pedir perdão. Seu corpo coberto por aquele Baby Doll vermelho, transparente, era tudo o que eu desejava ter naquele momento. Sonhava em acordar com a cabeça apoiada nos seus seios e descobrir que tudo o que tinha vivido nas ultimas horas não passava de um sonho, ou melhor, de um pesadelo. Bati na porta, fui até a janela, tentei olhar pela fresta da cortina e nada. A casa estava vazia. Fiz tanto barulho que a vizinha veio até o muro, debaixo de um guarda-chuva, pra me avisar que Maglaine havia saído de carro com uma amiga. - Sabe pra onde foram? - Sei não senhor! Melhor o senhor voltar mais tarde, ta chovendo muito. Nessas alturas já estava molhado da cabeça aos pés. O melhor que tinha a fazer era voltar pra casa, tomar um banho quente e dormir. Com o coração apertado e uma doída solidão, cheguei na casa que ficava em um aeroporto perto da cidade. Fazia três dias que eu estava só. Minha tia e meus primos foram viajar e eu fiquei naquele recanto deserto para o caso de alguém chegar. Por causa do tempo não pousava nem decolava nenhum avião. Além de mim e Nero, o cachorro, nenhuma outra viva alma havia por ali. Depois do banho quente e demorado, deitei e dormi um sono mais de fuga de tudo o que tinha vivido nas últimas horas do que propriamente de descanso. Por volta das oito horas da noite, ainda não havia parado de chover. Acordei com o barulho do motor de uma Brasília que parou no largo calçado em frente de casa. Era Maglaine. Estava linda, com luzes no cabelo, salto alto Luiz XV, vestido curtinho meias de rendas preta. Não podia recebê-la nu, por isso corri até o quarto e enrolei-me em uma toalha. Com a roupa molhada no banheiro e as outras ainda no porta mala do carro, não tinha como me vestir. Quando voltei envolto na toalha, ela já estava na porta, parecia a mulher gato, de pé com sua silhueta maravilhosa na contraluz. O guarda chuva, que ela deixou aberto na varanda, o vento levou, mas quem ia se importar com um guarda chuva naquele momento?... Avançou sala adentro Impetuosa, decidida, ousada, determinada e tantos outros predicados que poderia enumerar, enquanto abria botão a botão da blusa deixando exposto o par de seios fartos, rosados, pontiagudos e os mais lindos que um homem possa ter visto. Nem tive tempo de respirar ou refazer-me da surpresa de vê-la tão exuberante em minha frente. Arrancou-me a toalha atirando-a com determinação para um canto qualquer da sala. - Gosta de mulheres ousadas, não é?... Perguntou. Sua voz soou firme e com sensualidade. Naquele momento, com as pernas tremulas postei-me de joelhos a seus pés e ela empurrou-me para traz e quando dei conta já estava deitado de costas no tapete. Quis levantar, mas ela não deixou. Encostou o salto pontiagudo do sapato no meu peito ameaçadoramente, obrigando-me a ficar onde estava, e perguntou: – Gosta de mulher que toma a iniciativa, que seja a caçadora e não a caça...? – De um só lance se desfez da blusa já aberta. Tirou o cinto de couro de pelo menos vinte centímetros de largura e, por um instante, me passou pela cabeça que seria chicoteado, mas não, apenas o enrolou e o atirou para o lado, depois tirou a mini saia. Um par de ligas com babados prendia as meias pretas rendadas no meio das coxas roliças, e das ligas para cima não tinha mais nada. Soltou os cabelos que caíram ao meneio da cabeça e foi aí que percebi o quanto era linda aquela mulher. E ali sob as luzes dos relâmpagos e ao som dos trovões, no tapete da sala, ouvindo os sinos da paixão, tivemos a mais vibrante, indescritível e inesquecível noite de amor. Tudo por causa de uma noite de chuva.